Resumo

A Punica granatum (Lythraceae) é popularmente conhecida no Brasil como romã. No Brasil seus frutos são utilizados para o tratamento de infecções de garganta, rouquidão e febre. Além do seu uso popular tem sido investigado seu potencial como agente antimicrobiana, devido a grande quantidade de taninos, tendo destaque sua utilização no tratamento de diarréia, infecções da pele e mucosas. Com o surgimento de microrganismos resistentes aos antimicrobianos convencionais, passa a existir uma grande necessidade de alternativas terapêuticas para o combate às infecções. A utilização de extratos de plantas tem merecido destaque, e chamado à atenção de pesquisadores do mundo todo, já que podem funcionar como alternativas de tratamento por impedir o crescimento bacteriano e fúngico por mecanismos diferentes, quando comparados aos antimicrobianos tradicionais. Portanto, O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade moduladora da resistência de P. granatum L. frente a cepas de E. coli. O extrato da casca do fruto foi obtido por maceração e concentrado em rotaevaporador a 40 °C. As cepas microbianas foram isoladas e identificadas, e em seguida cultivadas em ágar Müeller Hinton por 24 horas, para a obtenção de uma suspensão microbiana de concentração padronizada. Para a avaliação da atividade moduladora foram determinadas as concentrações inibitórias mínimas (CIM) do extrato e dos antibióticos isoladamente. Em seguida, para avaliar a capacidade de modulação da resistência microbiana, foi determinada as CIM dos antibióticos na presença de uma concentração sub-inibitória do extrato. Os ensaios foram realizados utilizando-se o método de microdiluição. As placas foram incubadas por 24 horas, e o crescimento bacteriano foi evidenciado pela mudança de coloração de uma solução aquosa de resazurina. Foi detectado o efeito sinérgico do extrato com todos os agentes antimicrobianos frente à cepa multirresistente, enquanto que, frente à cepa ATCC, apenas a associação com cefalotina foi considerada indiferente. Em relação à cepa resistente, a redução nas CIM apresentou valores da CIF de 0,12 e 0,25 (µg mL-1). Os resultados obtidos são promissores, mostrando que a utilização da P. granatum combinada a agentes antimicrobianos possui notável eficácia, e desta forma, poderá representar um forte aliado no tratamento de infecções multirresistentes.