ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 247-1


Poster (Painel)
247-1Distribuição de concentrações inibitórias mínimas para glicolípideos e daptomicina em Staphylococcus spp. e correlação entre os critérios interpretativos segundo o CLSI e o EUCAST
Autores:Barros, EM (USP - Universidade de São Paulo) ; Sampaio, JLM (USP - Universidade de São PauloFLEURY - Instituto Fleury de Ensino e Pesquisa)

Resumo

Os Staphylococcus resistentes à meticilina são normalmente multirresistentes. Nesses casos os glicopeptídeos são utilizados como antimicrobianos de escolha para o tratamento de infecções graves. Entretanto a detecção da resistência aos glicopeptídeos é um desafio para o laboratório clínico, seja pela heterorresistência ou à diferenças nos critérios interpretativos preconizados pelo CLSI e pelo EUCAST. Enquanto há critérios disponíveis para testar a teicoplanina por disco-difusão pelo CLSI, esses critérios inexistem no EUCAST. A determinação da concentração inibitória mínima (CIM) para vancomicina é importante, pois CIMs de 2mg/L têm sido associadas à falhas terapêuticas. Em função da nefrotoxicidade e necessidade de ajuste terapêutico baseado em níveis séricos para a vancomicina, tem sido buscadas novas opções de tratamento como a daptomicina. Este trabalho teve como objetivos avaliar a distribuição das CMIs para os glicopeptídeos e para a daptomicina e a correlação entre os métodos de microdiluição em caldo e disco-difusão para a teicoplanina segundo os critérios do o CLSI e EUCAST. Para isso, foi realizada uma análise retrospectiva na base de dados do Fleury Medicina e Saúde do período de 01/03/2011 a 31/05/2012, totalizando 5012 testes de sensibilidade. Os dados foram tratados utilizando-se os programas Excel e Prism GraphPad, e a correlação entre diâmetro do halo de inibição para teicoplanina e a CIM foi avaliada utilizando-se o teste de correlação de Pearson. Todas as cepas foram sensíveis à daptomicina e à vancomicina (CIM inferior a 2mg/L). Discrepâncias foram observadas quando avaliados os dados para teicoplanina. Avaliando as CMIs dos S. aureus, uma cepa foi considerada como resistente pelos critérios do EUCAST e todo o restante foi sensível pelos dois sistemas de interpretação. Pelo método de disco-difusão esta mesma cepa foi classificada como intermediária. Avaliando-se a CMI para os Staphylococcus coagulase negativos (SCN), de um total de 2230, 267 cepas foram resistentes à teicoplanina pelos critérios do EUCAST e destas 4 foram classificadas como resistentes, 67 como intermediárias e 196 como sensíveis segundo o CLSI. Já pelo teste de disco-difusão 6 cepas foram classificadas como resistentes e 3 como intermediárias. Estes resultados demostram que não é possível extrapolar o resultado da teicoplanina por aquele obtido para a vancomicina e que o teste de disco-difusão é inadequado para detecção de resistência à teicoplanina em SCN.


Palavras-chave:  CLSI, Daptomicina, EUCAST, Glicopeptídeos, Staphylococcus