ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 232-1


Poster (Painel)
232-1Análise da produção de biossurfactante por estirpes de Staphylococcus haemolyticus coletadas em um hospital do Rio de Janeiro
Autores:Santos-Gandelman, J.F. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Barros, E.M. (USP - Universidade de São Paulo) ; Giambiagi-deMarval, M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

O Staphylococcus haemolyticus é reconhecido como importante patógeno em doenças humanas apresentando alto nível de multirresistência, ressaltando o elevado índice de estirpes resistentes à meticilina. Um importante fator de virulência dessa espécie é atribuído a sua habilidade de formar biofilme. A produção de biossurfactante e a atividade hemolítica têm sido apontados como fatores de virulência importantes em alguns patógenos, a exemplo dos ramnolipídios produzidos por estirpes de Pseudomonas aeruginosa. Essas substâncias parecem estar envolvidas nos processos de colonização e infecção, bem como na formação de biofilme. Entretanto, não existem relatos na literatura sobre a produção de biossurfactante relacionados a Staphylococcus haemolyticus. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo a análise da produção de biossurfactante de 62 estirpes de S. haemolyticus obtidas de um hospital do Rio de Janeiro, entre 2006 e 2008. As 62 estirpes de S. haemolyticus foram submetidas aos testes de hidrofobicidade celular e de emulsificação, ambos com n-hexadecano. Dentre as 62 cepas testadas, 6 apresentaram resultados negativos no teste de hidrofobicidade celular e 56 demonstraram hidrofobicidade positiva. Em relação à atividade emulsificante, 38 (61,3%) das 62 amostras apresentaram emulsificação acima de 30%, das quais 21 (55,3%) demonstraram percentuais igual e/ou acima de 50%. A observação de estirpes produtoras de biossurfactantes sinaliza a existência de outros mecanismos que podem estar envolvidos no processo de adesão e infecção desse patógeno. Uma vez todas as estirpes tendo sido analisadas, ensaios de mutagênese serão realizados para melhor entendimento se a produção de agentes tensoativos pode atuar como favorecedora da colonização e invasão por esse patógeno. O estudo dos biossurfactantes em S. haemolyticus parece promissor e pode vir a elucidar mecanismos de sua patogênese ainda não descritos na literatura.


Palavras-chave:  biossurfactante, produção, Staphylococcus haemolyticus, adesão