ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 217-2


Poster (Painel)
217-2Impacto 2013-2014 nos testes de sensibilidade de Enterobactérias produtoras de Beta-lactamase de espectro estendido Enterobacteriaceae
Autores:Nogueira, K.S. (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) ; Palmeiro, J.K. (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do ParanáIPPPP - Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe) ; Rodrigues, L.S. (IPPPP - Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe) ; Cogo, L.L. (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) ; Tuon, F.F. (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) ; Dalla Costa, L.M. (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do ParanáIPPPP - Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe)

Resumo

Introdução: Infecções causadas por microrganismo produtores de β-lactamases de espectro estendido (ESBL) podem ser de difícil tratamento e a prescrição de cefepime nesses casos é um dilema clínico. Por um lado, a sua utilização clínica minimizaria o uso dos carbapenêmicos, e, por outro, falhas terapêuticas tem sido relatadas. Com o objetivo de ampliar e otimizar o uso do cefepime, o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) revisou, recentemente, os pontos de interpretação deste antibiótico para Enterobacteriaceae e introduziu uma nova categoria de interpretação, designada como sensível dose-dependente (SDD). Neste contexto, o objetivo do estudo foi comparar o perfil susceptibilidade de enterobactérias produtoras β-lactamases de espectro estendido (ESBL) ao cefepime aplicando os pontos de cortes publicados pelo CLSI 2013 e 2014. Método: Um total de 485 cepas de ESBL isoladas entre 2005 e 2008 no Hospital de Clínicas de Curitiba foram estudadas. A produção de ESBL foi determinada pelo método de disco combinado e confirmado pela detecção dos genes blaCTX-M, blaTEM, blaPER e/ou blaSHV por PCR e seqüenciamento automático. O teste de sensibilidade para cefepime foi realizado utilizando o método de diluição em ágar e a interpretação realizada segundo breakpoints publicados pelo CLSI 2013 e 2014. Resultados: O índice de resistência ao cefepime foi de 49,9% (n= 242) em 2013, para 68% (n= 330), em 2014. Aplicando-se os breakpoints do CLSI 2013, 32% (n= 155) das cepas eram sensíveis ao cefepime; já pela interpretação de 2014, apenas 19,2% (n= 93) das cepas foram consideradas sensíveis, porém outras 12,8% (n = 62) cepas foram interpretadas como SDD, sendo que dessas, 38,7% (n = 24) apresentaram MIC de 4 ug/mL e 61,3% (n = 38) MIC de 8ug/mL. Conclusão: Embora o número de cepas resistentes ao cefepime tenha aumentado, já que o ponto de corte para a interpretação de resistência foi reduzido de ≥ 32 ug/mL, em 2013, para ≥ 16 ug/uL, em 2014, tornando todas as cepas inicialmente interpretadas como intermediárias, resistentes no ano seguinte, a introdução da nova categoria SDD manteve o número de cepas que poderiam ser tratadas com este antibiótico, com a vantagem de otimizar o tratamento em 12,8% das cepas avaliadas neste estudo através do direcionamento do esquema de tratamento (recomendação da dose e intervalo).


Palavras-chave:  CLSI, Cefepime, ESBL