ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 216-2


Poster (Painel)
216-2Candidíase vulvovaginal: distribuição e identificação molecular das espécies e perfil de resistência aos antifúngicos em Portugal e Cabo-Verde
Autores:Silva, Z.D.L. (UNB - Universidade de BrasíliaUNL-IHMT - Universidade Nova de Lisboa, Instituto de Hig.e Med.TropicalUNB - Universidade de Brasília) ; João, E. (UNL-IHMT - Universidade Nova de Lisboa, Instituto de Hig.e Med.Tropical) ; Maduro, A.P. (UNL-IHMT - Universidade Nova de Lisboa, Instituto de Hig.e Med.Tropical) ; Gandolfi, L. (UNB - Universidade de Brasília) ; Pratesi, R. (UNB - Universidade de Brasília) ; Martins, M.L.M. (UNL-IHMT - Universidade Nova de Lisboa, Instituto de Hig.e Med.Tropical) ; Nóbrega, Y.K.M. (UNB - Universidade de BrasíliaUNB - Universidade de Brasília)

Resumo

A candidíase vulvovaginal é a segunda causa de infecção vaginal, depois das vaginoses bacterianas. Cerca de 85-95% das leveduras isoladas da vagina pertencem à espécie Candida albicans, e 5-15% às espécies Candida spp. não-albicans. A infecção acomete 70-75% das mulheres em idade fértil pelo menos uma vez na vida, destas 40-50% apresentarão pelo menos uma infecção recorrente, e 5-8% fazem de 4-8 episódios de recorrência anual. Embora a espécie Candida albicans responda ao tratamento antifúngico, as vaginites causadas por espécies não-albicans (C. glabrata, C. parapsilosis, C. tropicalis e C. Krusei) são frequentemente resistentes ao tratamento. Como as espécies de Candida spp., são microorganismos pertencentes à microbiota vaginal e sua atividade patogênica está associadas a muitos fatores, o diagnóstico desta vaginose é realizado clinicamente, e pouco se conhece epidemiologicamente sobre o diagnóstico laboratorial da infecção. Para preencher esta lacuna, este trabalho tem o objetivo de realizar a identificação molecular de Candida spp. isoladas de exsudatos vaginais e sua sensibilidade a antifúngicos. Foram estudados 142 isolados vaginais oriundos de Portugal e Cabo-Verde. O fungo foi cultivado em meio sabouraud como clorafenicol, em seguida a extração de DNA para a identificação molecular dos fungos foi realizada usando PCR multiplex e PCR-RFLP, ou a técnica bioquímica ID32C®. Para a avaliação da sensibilidade in vitro aos antifúngicos foi utilizado o teste de Kirby-Bauer e os antifúngicos fluconazol 25μg e voriconazol 1µg. A C. albicans foi a espécie mais prevalente, em 85% dos isolados provenientes de Portugal e em 70% de Cabo-Verde, entretanto foram isolados nas amostras de Portugal 7% C. glabrata, 1% C. lusitaniae, 1% C. parapsilosis e 2% C. tropicalis, e nas amostras de Cabo-Verde, em 11% C. glabrata e 19% C. parapsilosis. No teste de sensibilidade 14,1% dos isolados portugueses e 9,8% dos Cabo-Verdianos apresentaram ressistência ao fluconazol, e 10,1% dos isolados de Portugal e 7,3% de Cabo-Verde mostraram-se resistentes ao voriconazol. Nossos resultados permitiram a identificação de espécies de Candida albicans e não-albicans por métodos moleculares que demonstraram ser eficientes e possíveis de serem aplicados nos laboratórios de microbiologia, também demonstraram a mudança de perfil epidemiológico com o aparecimento de espécies não-albicans nos isolados vulvovaginal, e o perfil de resistência aos antifúngicos fluconazol e voriconazol testados.


Palavras-chave:  Candida spp., candidíase vulvovaginal, antifúngicos, identificação molecular, teste de sensibilidade