ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 209-1


Poster (Painel)
209-1INFECÇÃO POR HPV E O CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA CITOLOGIA CONVENCIONAL COMO MÉTODO DIAGNÓSTICO UTILIZADO PELO SUS?
Autores:BARBOZA, M.M.O. (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁFATECI - Faculdade de Tecnologia Intensiva) ; SAMPAIO, A.C. (FATECI - Faculdade de Tecnologia Intensiva) ; OLIVEIRA, S.B. (FATECI - Faculdade de Tecnologia Intensiva) ; SILVA, F.E.R. (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)

Resumo

O HPV é a causa primária do câncer de colo do útero (CCU). Estes vírus são divididos em baixo e alto risco e os tipos 16 e 18 estão relacionados ao CCU, um dos tipos de câncer mais comum entre mulheres brasileiras. Dentre os métodos propostos para o rastreamento do CCU estão a citologia convencional, em meio líquido, a captura híbrida e a PCR. No Brasil, o único método disponibilizado pelo SUS é a citologia convencional, onde é possível identificar o efeito citopático causado pela infecção por HPV além de outras alterações nucleares e citoplasmáticas não associadas diretamente à infecção viral. O objetivo do trabalho é identificar o valor diagnóstico da citologia, em hospital de referência no Ceará, comparado a dados da literatura. Trata-se de estudo transversal no qual detectamos o HPV em lesão intraepitelial escamosa de baixo (LSIL) e alto grau (HSIL) no período de 2011 a 2013 por citologia convencional. Das 22.858 amostras analisadas, 399 apresentaram LSIL e 125 HSIL. Pacientes com 20 a 24 anos tiveram mais LSIL, com pico, em 2013, entre 15 a 19 anos e, pacientes com 45 a 49 anos, seguidas de > que 60 anos tiveram mais HSIL. A detecção do HPV oncogênico é mais sensível que a citologia convencional e o uso dos testes moleculares como ferramenta de rastreio é baseado na premissa de que a detecção do HPV poderia apresentar bom desempenho diagnóstico e melhor reprodutibilidade para a prática clínica que a citologia. Todavia, mulheres mais jovens apresentam infecções transitórias por HPV que regridem rapidamente, sem causar doença clinicamente significativa, assim, a pesquisa do vírus seria desnecessária em um público jovem onde já se espera encontrar um resultado positivo, mas que não há um valor diagnóstico. O uso destas tecnologias é recomendado apenas para mulheres acima dos 30 anos de idade, quando a infecção por HPV declina, aumentando a especificidade do método. Na citologia, o potencial para agregar um valor diagnóstico à detecção do HPV é superior a outros métodos assim como a relação custo-efetividade. Apesar de se conhecer os benefícios do exame citológico, a cobertura e a periodicidade deste exame do Brasil ainda é baixa de acordo com o preconizado pela OMS. Estes dados podem ser acompanhados pela base de dados SISCOLO que acompanha os casos de CCU de todo o país. Concluímos que, apesar de apresentar menor sensibilidade, a citologia convencional ainda é a melhor ferramenta para detectar HPV agregando valor diagnóstico, norteando a conduta médica.


Palavras-chave:  HPV, Citologia convencional, SUS