Resumo

A resistência bacteriana aos antibióticos é uma grande preocupação para a classe médica e para os pesquisadores da área de saúde. Esse mecanismo de sobrevivência bacteriana impulsiona a indústria farmacológica na busca por novos princípios ativos que sejam capazes de inibir o crescimento bacteriano de cepas já resistentes à terapêutica em aplicação. Os produtos naturais são uma rica fonte de compostos biologicamente ativos com potencial antimicrobiano. Nesse sentido, algumas cumarinas sintéticas, oriundas da planta Amburana cearensis, estão sendo pesquisadas e vêm apresentando excelentes resultados em atuação antimicrobiana em baixas concentrações e com baixa toxicidade aos eritrócitos humanos. As pesquisas realizadas com a 7-hidroxicumarina visam analisar seu potencial antimicrobiano e a taxa de hemólise dos eritrócitos humanos quando postos em contato com a substância estudada. O efeito antimicrobiano foi testado em linhagens de algumas bactérias de importância clínica – Bacillus subtilis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus – com a utilização da técnica de microdiluição; o efeito citotóxico hemolítico foi analisado de acordo com o método descrito por RANGEL et al. (1997). Os experimentos foram realizados em triplicata e expressos em percentuais. A técnica de microdiluição demonstrou que é possível inibir o crescimento das citadas bactérias utilizando-se uma concentração inibitória mínima (CIM) de 100µg/ml. O potencial citotóxico da mesma concentração da substância foi testado em hemácias, apresentando uma taxa hemolítica insignificante para os três grupos sanguíneos do sistema ABO. Os resultados indicam que a 7-hidroxicumarina pode ser um princípio ativo com potencial antimicrobiano interessante para o combate às infecções resistentes às terapias já utilizadas, sem causar danos ao transporte de gases executado pelas hemácias, que, de acordo com os resultados obtidos pelos experimentos, permanecem praticamente intactas.