ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 191-1


Poster (Painel)
191-1Diversidade de plasmídeos portadores de genes qnr e blaESBL em enterobactérias isoladas de amostras clínicas brasileiras
Autores:SEGURA, W.D. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; EUGÊNIO, N.N. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; HAJJ, S.E. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; MINARINI, L.A.R. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

Enterobactérias estão frequentemente relacionadas à ocorrência de infecções hospitalares e comunitárias, sobretudo infecções do trato urinário, com complicações ou falha terapêutica devido à diversidade de mecanismos de resistência que apresentam. Geralmente, genes qnr e blaESBL estão associados a plasmídeos conjugativos, que conferem resistência a quinolonas e antibióticos β-lactâmicos. Há 30 grupos de incompatibilidade plasmideal em enterobactérias estudados quanto ao perfil de disseminação e genes de resistência que carregam. Neste trabalho, 18 das 29 linhagens de enterobactérias portadoras de genes qnr em isolados clínicos brasileiros foram analisadas para o perfil de plasmídeos que carregam e seus grupos de incompatibilidade (Inc) por meio de PCR multiplex e PCR simplex com primers específicos desenhados para reconhecimento de amplicons dos grupos F (FIA, FIB, FIC, F e FIIA) HI1, HI2, I1-gamma, L/M, N, P, W, T, A/C, K, B/O, X e Y. Das 18 linhagens do estudo, 7 apresentam o gene qnrB1, 5 o gene qnrB2, 1 linhagem de cada qnrB8, qnrB19 e qnrA1 e 3 apresentam o determinante qnrS, todos associados a plasmídeos conjugativos. Treze das linhagens são portadoras também de genes blaCTX-M, blaSHV e blaTEM. Foi possível classificar os plasmídeos como pertencentes a 8 dos 18 grupos Inc analisados, sendo que os plasmídeos FIA, FIB, FIC e FIIA são todos subgrupos de plasmídeos da grupo IncF. Sendo assim, 11,1% (n=2) das linhagens são portadoras de plasmídeo do grupo FIA, 11,1% (n=2) portadoras de plasmídeos FIB, 38,8% (n=7) do grupo FIC, 22,2% (n=4) do grupo FIIA, 38,8% (n=7) do grupo HI2, 16,6% (n=3) do grupo N, 16,6% (n=3) do grupo A/C e 11,1% (n=2) do grupo L/M. A diversidade dos resultados sugere que os elementos genéticos que contêm os genes de resistência façam parte de complexos transferíveis, tanto entre espécies como entre plasmídeos diferentes. Esses resultados são reforçados pela ocorrência mais frequente de plasmídeos do grupo IncF, considerados altamente conjugativos e do grupo HI2, comumente associados à disseminação de genes blaESBL. Trata-se de dados epidemiológicos relevantes brasileiros, pois, até o momento, não há trabalhos que façam referência aos grupos Inc de plasmídeos que carregam principalmente determinantes qnr e blaESBL em âmbito hospitalar e comunitário no país. Agência de Fomento: FAPESP – Auxílio Regular à Pesquisa


Palavras-chave:  Enterobactéria, ESBL, Gene qnr, plasmídeo, Grupo de incompatibilidade