Resumo

Introdução: Piper montealegreanum Yuncker (Piperaceae) é um arbusto nativo do norte Brasil, entretanto, ainda são poucos os estudos químicos e de avaliação da atividade biológica desta espécie sobre linhagens de importância clínica. A Escherichi coli tem sido identificada como um dos micro-organismos mais frenquentes em processos infecciosos, dentre eles, infecções no trato urinário, meningite neonatal, septicemia nosocomial e enterites, Também tem sido relatados, com frequência, casos de cepas multirresistentes restringindo, em parte, as opções terapêuticas disponíveis. Este trabalho teve como objetivo avaliar a interação in vitro de Piper montelaegreanum Yuncker com alguns antimicrobianos de uso convencional na clínica médica frente a Escherichia coli ATCC 25922. Metodologia: Antibiogramas foram realizados pelo método de disco difusão. Os antimicrobianos escolhidos foram testados isoladamente e após a adição de 20 uL de cada uma das soluções de Piper montealegreanum: extrato etanólico bruto (384mg/mL), as fases clorofórmica (95mg/mL) e acetato de etila (411mg/mL) e dos seus respectivos diluentes: álcool absoluto, clorofórmio e acetato de etila, utilizados no preparo das soluções. Por fim realizou-se o antibiograma controle, sem adição de outro produto. Os antibimicrobianos utilizados foram: ampicilina 10mcg (AMP), gentamicina 10mcg (GEN), ciprofloxacino 5mcg (CIP), cloranfenicol 30mcg (CLO), sulfametoxazol 25mcg (SUT) e tetraciclina 30mcg (TET) todos da marca Cecon®. Os testes foram realizados em triplicata e o resultado expresso pela média aritmética dos halos de inibição de crescimento. Resultados: Observou-se que a maioria das interações dos antimicrobianos com os extratos e fases resultou em aumento do diâmetro dos halos de inibição quando comparados com o antibiograma controle, com exceção do disco de GEN (10mcg) que ao interagir com os produtos testados apresentou halos de inibição menores, indicando possível efeito antagônico. A adição dos solventes sobre os antimicrobianos, não provocou nenhuma interferência sobre o diâmetro dos halos formados. Conclusão: Os resultados favoráveis encontrados sugerem possível efeito sinérgico entre a maioria dos produtos e antimicrobianos testados. Este fato impulsiona os estudos que envolvem o uso de antibioticoterapia combinada quer seja com antimicrobianos tradicionais quer seja com produtos naturais, na busca de novas alternativas terapêuticas.