ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 182-2


Poster (Painel)
182-2Susceptibilidade a antimicrobianos por amostras planctônicas de Escherichia coli enteroagregativa típicas e atípicas, produtoras e não produtoras de biofilme
Autores:Silva, A.F. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Gonçalves, M.T. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Menegaz, M.W. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Schneider, V. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Santos, K.V. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Monfardini, M.V. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Spano, L.C. (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo)

Resumo

A Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é um patógeno entérico emergente cuja produção de biofilme é marcante na patogenicidade. Para tratamento nos casos de diarreia persistente, a OMS indica a antibioticoterapia. Propõe-se com este estudo a determinação do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos de amostras de EAEC típicas e atípicas, produtoras e não produtoras de biofilme, através de método qualitativo (disco-difusão) e quantitativo (diluição em ágar). Foram analisadas 78 amostras de EAEC (23 típicas e 55 atípicas), 35 produtoras e 43 não produtoras de biofilme, isoladas de crianças de comunidades quilombolas do Norte do Espírito Santo. Teste de disco-difusão foi realizado frente a 19 antimicrobianos de 8 classes (penicilina, monobactâmico, cefalosporinas, carbapenêmicos, aminoglicosídeos, quinolona, macrolídeo, sulfonamida) (CLSI, 2012). Para determinação da concentração inibitória mínima (MIC), amostras foram inoculadas com replicador de Steer em placas de ágar Müller Hinton com concentrações dobradas de 7 antimicrobianos de cinco classes (penicilina, cefalosporinas, quinolona, macrolídeo e aminoglicosídeos). Do total de EAEC, 56,4% (44/78) foram sensíveis (S) a todos os antimicrobianos testados e 43,6% (34/78) foram resistentes (R) a pelo menos um deles, 14,7% (5/34) destas, classificadas como multidroga resistentes (MDR). Frequência de resistência foi maior para ampicilina (29,5%), seguida por tetraciclina (23,1%) e sulfametoxazol/trimetoprim (23,1%). Nenhuma amostra apresentou resistência à cefoxitina, cefotaxima, ceftazidima, cefepime, aztreonam, meropenem, imipenem ou ciprofloxacina. Das EAEC típicas e atípicas, 60,9% e 41,8% foram R/I a pelo menos um antimicrobiano (p>0,05), respectivamente. Não houve diferença no perfil de susceptibilidade entre as amostras produtoras e não produtoras de biofilme. Valor de MIC50 igual MIC90 foi observado para ciprofloxacina e diferença de apenas uma diluição ocorreu para cefotaxima, cefoxitina, gentamicina e tobramicina. Para tetraciclina, a MIC90 foi 32x> MIC50 e para ampicilina, a MIC90 foi >128x a MIC50. Escassos estudos descrevem a MIC para o patotipo EAEC, e estes demonstraram que, semelhante ao observado no presente estudo, a MIC90 para ampicilina foi significativamente maior do que a MIC50. Em conclusão, observou-se (i) taxa de resistência inferior à descrita na literatura para amostras de E. coli, que pode ser devido à origem geográfica das amostras, rural, com acesso restrito ao uso de antimicrobianos; (ii) o valor significativamente maior de MIC90 em relação à MIC50 para tetraciclina e ampicilina aponta para heterogeneidade da população bacteriana analisada.


Palavras-chave:  EAEC típica e atípica, Susceptibilidade a antimicrobianos, MIC, Quilombolas