Resumo

Introdução: A infecção urinária é um processo infeccioso, geralmente bacteriano, de alguma parte do trato urinário ou dos rins, com proliferação microbiana na urina. A sua gravidade varia desde assintomática até grave e capaz de evoluir para septicemia e choque. Acomete indivíduos de qualquer idade e de ambos os sexos, podendo ser influenciada por uma série de fatores, que podem ser de origem biológica e/ou comportamental do hospedeiro, bem como de características infectantes dos uropatógenos. O padrão ouro para o diagnóstico laboratorial destas infecções é a urocultura, a qual confirma o diagnostico da ITU, permitindo a identificação do microrganismo infectante e possibilitando a subsequente realização do antibiograma. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo analisar e comparar a prevalência de bactérias isoladas de uroculturas de pacientes atendidos no ambulatório e internados em um hospital da rede privada de São Luís – MA. Métodos: O estudo foi composto por uma análise retrospectiva do total de 387 uroculturas de pacientes atendidos no período de Julho de 2010 a Julho de 2011, das quais 221 foram provenientes do ambulatório e 166 dos pacientes internados no hospital. Os dados foram coletados utilizando os registros eletrônicos do setor de microbiologia do Laboratório Mendel. Resultados: O percentual geral de positividade das uroculturas dos pacientes atendidos no ambulatório (22,6%) foi maior quando comparado com o dos pacientes internados no hospital (13,2%). Observou-se que o gênero feminino foi o mais acometido pelas ITU tanto no ambulatório (76%) quanto nos indivíduos hospitalizados (59,1%) e que, em ambos os casos, a faixa etária mais acometida pelas ITU foi a da terceira idade (> 60 anos). O microorganismo mais prevalente envolvido nas ITU associadas à comunidade e ao hospital foi E. coli (54% e 45,5%, respectivamente) e que o seu perfil de susceptibilidade frente aos antimicrobianos testados foi maior nas ITU provenientes do ambulatório (80,2%) do que nas ITU dos pacientes hospitalizados (72,4%). Conclusão: Obteve-se, portanto, resultados que podem gerar dados científicos que sirvam posteriormente para uma melhor interpretação do atual perfil de resistência desses microorganismos, facilitando assim uma escolha mais racional da antibioticoterapia e diminuindo a probabilidade de eventuais falhas terapêuticas.