ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 168-1


Poster (Painel)
168-1Avaliação de resultados falso-negativos em técnicas micológicas e sorológicas aplicadas ao diagnóstico da esporotricose
Autores:Oliveira. LC (INI/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas) ; Almeida-Paes, R. (INI/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas) ; Almeida, M.A. (INI/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas) ; Freitas, D.F.S. (INI/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas) ; Gutierrez-Galhardo, M.C. (INI/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas) ; Pizzini, C.V. (INI/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas) ; Zancope-Oliveira, R.M. (INI/FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas)

Resumo

O diagnóstico definitivo da esporotricose se dá pelo isolamento de Sporothrix sp. em cultivo. Métodos sorológicos contribuem no diagnóstico presuntivo. Com isso, interpretação acurada dos resultados é fundamental para garantir tratamento adequado ao paciente. Realizamos um estudo retrospectivo (2011 e 2012) de 198 pacientes com suspeita clínica de esporotricose do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz) e que realizaram exame micológico para isolamento do fungo e teste imunoenzimático de detecção de anticorpos anti-Sporothrix (ELISA). Destes pacientes, 84 (42,4%) apresentaram resultado positivo e 41 (20,7%) negativo nas duas técnicas. Treze pacientes com cultivo e sorologia negativos foram posteriormente diagnosticados com outras doenças que não a esporotricose. Resultados falso-negativos na detecção de anticorpos foram observados em 23 pacientes (31,5%) e nos outros 50, a ELISA foi positiva, apesar de não ser o fungo isolado em cultivo. Obtivemos então uma sensibilidade inicial da sorologia de 78,5% e uma especificidade de 45,0%. Por conta da baixa especificidade, foi conduzida uma análise dos resultados negativos nas duas técnicas. Nos 50 falso-positivos, verificamos limitações da técnica de cultivo, pois em 31 pacientes (62%) houve contaminação das culturas por bactérias ou fungos não patogênicos. Nos outros 19 (38%) não houve crescimento fúngico após 4 semanas de cultivo, porém em 10 destes pacientes foi possível isolar Sporothrix em exames subsequentes e em outros 3 foram diagnosticadas outras infecções como feohifomicose subcutânea, leishmaniose e toxoplasmose, comprovando reações cruzadas em 1,5% do total de casos analisados. Dos 23 pacientes falso-negativos, um (4,3%) estava co-infectado com HIV e 16 (69,6%) realizaram o exame sorológico com menos de um mês do início dos sintomas. Portanto, foi possível comprovar o diagnóstico de esporotricose em 118 pacientes e sugerir para outros 29 um provável diagnóstico baseado na detecção de anticorpos, história epidemiológica e resposta terapêutica adequada. Essa análise conjunta elevou a sensibilidade para 84,3% e a especificidade para 80,3%. Concluimos que o cultivo micológico e o ensaio imunoenzimático devem ser utilizados em conjunto para que o diagnóstico da esporotricose seja mais preciso, principalmente nos pacientes com infecções secundárias em que o isolamento de Sporothrix em cultivo é prejudicado.


Palavras-chave:  Ensaio Imunoenzimático, Diagnóstico Micológico, Esporotricose, Anticorpo anti-Sporothrix, Reações Cruzadas