Resumo

Introdução:O uso de substâncias naturais com atividade antimicrobiana vem crescendo muito no tratamento de diferentes infecções, sendo importante analisar seus efeitos em infecções clínicas dos canais radiculares. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar in vivo a ação antimicrobiana do extrato glicólico de própolis 12% comparado ao hipoclorito de sódio 1% e clorexidina 2% como irrigantes utilizados no tratamento de canais radiculares com infecção primária e lesão periapical. Foi também realizada a detecção de diferentes micro-organismos presentes nesta infecção. Material e Métodos: Foram selecionados 30 dentes com necrose pulpar e lesão periapical de pacientes da clínica de Endodontia. Os dentes foram divididos em 3 grupos (n=10), de acordo com o irrigante utilizado durante a instrumentação dos canais: NaOCL) hipoclorito de Sódio 1%; CLX) clorexidina gel 2% e PRO) extrato glicólico de própolis 12%. Os canais foram instrumentados com sistema oscilatório e limas Kerr. Foram realizadas 3 coletas do conteúdo do canal radicular: S1) imediatamente após a abertura coronária; S2) após instrumentação dos canais; S3) após 14 dias da medicação intracanal (pasta de hidróxido de cálcio + propilenoglicol). As amostras coletadas foram semeadas em diferentes meios de cultura, em condições de aerobiose e anaerobiose. DNA foi extraído das amostras dos canais e submetidos à reação de cadeia polimerase (PCR). Os resultados foram submetidos ao teste estatístico de Kruskal Wallis e Dunn (5%). Resultados: Verificou-se crescimento microbiano em 100% das coletas S1. Houve diminuição significativa da quantidade de micro-organismos nas coletas S2 e S3 em relação S1 (p<0,05) para todos os irrigantes avaliados. As espécies mais presentes foram: Parvimonas micra, Tanerella forsythia, Prevotella nigrescens e Porphyromonas endodontalis. Conclusão: o extrato glicólico de própolis 12% apresentou atividade antimicrobiana semelhante ao hipoclorito de sódio 1% e clorexidina gel 2%, podendo ser indicado como irrigante alternativo no tratamento de dentes com infecção primária e lesão periapical. Dentre os microrganismos analisados, as espécies mais comuns foram: Parvimonas micra, Prevotella nigrescens e Tanerella forsythia.