ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 151-1


Poster (Painel)
151-1Multirresistência aos antimicrobianos e pesquisa de oxacilinases em isolados de A. baumannii em um hospital sentinela no norte do Brasil.
Autores:Brasiliense, D. M. (IEC - Instituto Evandro Chagas) ; Souza, C. O (IEC - Instituto Evandro Chagas) ; Dutra, L. M. G. (IEC - Instituto Evandro Chagas) ; Nazaré, R. S. F. (IEC - Instituto Evandro Chagas) ; Moura, A. M. O. (FSCMPA - Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará) ; Sodré, R. N. S. (FSCMPA - Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará)

Resumo

Introdução: A. baumannii é considerado um dos mais relevantes patógenos nosocomiais da atualidade, devido às crescentes taxas de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), em especial por cepas multirresistentes, com destaque para resistência aos carbapenêmicos. Esta realidade tem sido observada e relatada em diversos hospitais brasileiros, principalmente nas regiões sul e sudeste do país. Na região norte os dados sobre a prevalência de A. baumannii multirresistente relacionados à IRAS são escassos. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo caracterizar o perfil de suscetibilidade a diferentes antimicrobianos e pesquisar genes que codificam oxacilinases em isolados clínicos de A. baumannii. Material e Métodos: um total de 61 cepas de Acinetobacter spp. oriundas de espécimes clínicos diversos foram isoladas de pacientes internados em um hospital sentinela na cidade de Belém-Pará, no período de janeiro a dezembro de 2012, e submetidas ao teste de suscetibilidade aos antimicrobianos (TSA) pelo método de disco-difusão. A pesquisa dos genes blaOXA-23, blaOXA-24, blaOXA-58, blaOXA-143 e blaOXA-51, este último usado para confirmação da espécie, foi realizada por reação em cadeia da polimerase (PCR) multiplex. Discussão dos Resultados: das amostras analisadas, 61% (N=37) apresentaram perfil de multirresistência. Em relação ao local de internação, os pacientes eram oriundos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal, pediátrica ou adulto (47,5%), clinica médica e obstetrícia (31,0%), neopediatria (16,5%) e hemodiálise (5,0%). A resistência total aos carbapenêmicos foi de 49% (N=30), com todas as amostras positivas para o gene blaOXA-23. Quando somente os pacientes internados nas três UTI foram avaliados, a resistência aos carbapenêmicos aumentou para 79%. Todos os isolados amplificaram o gene blaOXA-51, confirmando A. baumannii. Não houve amplificação para os genes blaOXA-24, blaOXA-58 e blaOXA-143. Conclusão: os dados demonstram a alta frequência de A. baumannii multirresistente no hospital em estudo, com 100% de positividade para o gene blaOXA-23 entre os isolados resistentes aos carbapenêmicos. No nosso conhecimento, este é o primeiro relato de A. baumannii resistente aos carbapenêmicos produtor de OXA23 em hospital na cidade de Belém-PA, enfatizando a necessidade de ampliar estudos dessa natureza para compreender melhor o atual cenário da resistência microbiana local e assim direcionar medidas de controle de infecção hospitalar.


Palavras-chave:  A. baumannii, Multirresistência, blaOXA-23