Resumo

A presença de β-Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) em ambientes hospitalares e suas consequências nas estratégias de tratamento com antimicrobianos constitui um importante agravante para pacientes hospitalizados. O monitoramento da prevalência de micro-organismos produtores de ESBL é fundamental para o melhor entendimento desse problema e para a definição de apropriadas opções terapêuticas. O surgimento de espécies de Escherichia coli ESBL positivas tem sido uma das mais significantes alterações epidemiológicas nas doenças infecciosas nos últimos anos. No Brasil, embora isolados nosocomiais desta espécie que produzem ESBL tenham sido relatados, estudos em relação à prevalência desses organismos no ambiente hospitalar em diferentes regiões merecem ser abordados. O propósito desta pesquisa foi verificar a prevalência de E. coli ESBL positivas entre os bacilos nosocomiais desta espécie isolados de pacientes internados na Santa Casa de Misericórdia de Sobral, hospital de ensino da Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral, situado na região Norte do Estado do Ceará. Para tanto, entre Novembro de 2013 e Maio de 2014, foram isolados 29 espécimes clínicos de Escherichia coli provenientes de materiais biológicos diversos (ferida operatória, escara, urina, swab anal, secreção traqueal, escarro, sangue e ponta de cateter) oriundos de pacientes com diagnóstico de infecção hospitalar nos diversos setores do referido hospital: enfermaria São Joaquim (9), UTI adulta (4), UTI Pediátrica (3), Maternidade (3), UTI Neo II (3), Pediatria (2), enfermaria São José (2), Dom Walfrido (1), Neurologia (1) e Berçário (1). Os micro-organismos foram identificados e analisados como produtores de ESBL através do sistema automatizado VITEK® 2. Dos 29 isolados, 13 (44,8%) foram ESBL positivos. Portanto, observou-se uma alta prevalência de espécies produtoras de ESBL, sendo a análise desses dados importante para o estabelecimento da terapêutica adequada, assim como para a implementação de medidas no sentido de evitar a disseminação desses patógenos, melhorando a qualidade da assistência prestada ao paciente hospitalizado.