Resumo

INTRODUÇÃO: A infecção do trato urinário (ITU) é um problema recorrente que afeta mulheres e homens em todas as faixas etárias. Na vida adulta, a incidência aumenta, apresentando maior prevalência para o sexo feminino, com picos de maior acometimento no início ou relacionado à atividade sexual, durante a gestação ou na menopausa. Os bacilos Gram negativos são os agentes mais comuns sendo responsável por até 80% dos casos de ITU ambulatoriais e 50% dos casos hospitalares. OBJETIVOS: Analisar a freqüência de uroculturas positivas com isolamento de bacilos Gram negativos e descrever o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados resultados de uroculturas e antibiogramas realizados na Seção de Bacteriologia e Micologia do Instituto Evandro Chagas, no período de janeiro a junho de 2014. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Neste período foram realizadas 210 uroculturas, sendo que 28 foram positivas para o grupo de bacilos Gram negativos. Destes, 86% eram fermentadoras da glicose e 14% não fermentadores. O principal agente foi a Escherichia coli representando 72% dos isolados, seguida de Proteus mirabilis (7%), Enterobacter cloacae (7%), Pseudomonas aeruginosa (7%), Pseudomonas putida (3,5%) e Acinetobacter baumannii (3,5%). Com relação ao perfil de susceptibilidade antimicrobiana destacam-se a resistência elevada a ampicilina (75%) e às quinolonas (ácido nalidíxico – 46%, norfloxacina – 39% e ciprofloxacina – 36%), uma vez que são drogas de amplo espectro e de escolhas para tratamento de ITU. Nenhum dos isolados apresentou resistência aos carbapenêmicos. Dentre os isolados de E. coli, 25% foram produtores de betalactamase de espectro estendido (ESBL). O grupo de não fermentadores mostrou 100% de resistência às cefalosporinas de 1ª, 2ª e 3ª geração e 100% de sensibilidade a cefepime. CONCLUSÃO: Destacam-se a E. coli como principal agente etiológico, a sensibilidade reduzida dos bacilos Gram negativos à ampicilina e às quinolonas e elevada resistência às cefalosporinas no grupo dos não fermentadores de glicose. O conhecimento do perfil de suscetibilidade dos microrganismos predominantes auxilia na terapia de forma a garantir o melhor tratamento para o paciente.