Resumo

Introdução: Vaccinium macrocarpon (Cranberry)é um fruto oriundo do continente norte americano e possui propriedades biológicas reconhecidas. A cor vermelha brilhante, peculiar deste fruto, é devido a pigmentos caracterizados como antocianinas. Estes compostos outros fitoquímicos encontrados nestes frutos têm atraído atenção, devido as suas propriedades antioxidante, antibacteriana, anti-inflamatória e antimutagênica. Neste contexto, as plantas medicinais representam uma importante fonte de obtenção de medicamentos como alternativa terapêutica. Enterococcus faecalis são micro-organismos que apresentam resistência a vários antimicrobianos e frequentemente estão implicadas em diversos processos infecciosos tais como: bacteremia, septicemia, infecções do trato urinário, meningites e endocardites. Objetivo: Determinar o perfil de sensibilidade de cepas de E. faecalis frente a antimicrobianos convencionais e ao extrato seco de cranberry. Metodologia: Foram testados 12 antimicrobianos, extrato seco de cranberry e 7 cepas de E. faecalis isoladas de pacientes ambulatoriais, além da cepa padrão E. faecalis ATCC 4083, usada como controle. O extrato seco de cranberry foi dissolvido em água bidestilada, preparando-se uma solução inicial de [200 mg/mL] e sucessivas diluições para determinação da concentração inibitória mínina (CIM). O perfil de sensibilidade das cepas assim como a avaliação da atividade antimicrobiana do cranberry foi realizado utilizando-se o método de disco difusão. Para a determinação da atividade antimicrobiana, discos estéreis foram embebidos com 20 µL da solução de cranberry. As placas foram semeadas em Agar Müeller-Hinton e incubadas a 37⁰C por 24h. Após este período realizou-se a leitura dos diâmetros (mm) dos halos de inibição de crescimento. Os testes foram realizados em triplicata. Resultados: As cepas apresentaram variado perfil de resistência destacando-se: tetraciclina, levofloxacina, cloranfenicol, rifampicina e eritromicina. Entretanto, mostraram-se sensíveis frente à solução de cranberry apresentando halos de inibição de crescimento que variaram entre 14 e 24 mm de diâmetro. Conclusão: Estes resultados corroboram com estudos anteriores que demonstraram in vitro ação antimicrobiana do extrato de cranberry. Entretanto, este resultado satisfatório não deve ser considerado, isoladamente. Pesquisas aprofundadas e medidas cautelosas devem ser adotadas visando não acarretar futuros problemas como efeitos secundários e toxicidade.