Resumo

O presente trabalho detectou a prevalência de bactérias como Enterobactérias, Pseudomonas spp. e Staphylococcus spp. e fungos como Candida spp., micro-organismos oportunistas e/ou transitórios, na cavidade bucal de pacientes submetidos ao tratamento oncológico. Metodologia: Foram coletadas a saliva de 24 pacientes do CACON, do Hospital Universitário da UFAL, que realizaram bochecho por 30 segundos com 1 mL de água destilada esterilizada, pelo menos 2 horas após a higiene oral. As amostras foram diluídas serialmente e plaqueadas, em duplicata, em meios semi-seletivos para enterobactérias (Agar MacConkey), Pseudomonas spp. (Agar Cetrimide), Staphylococcus spp. (Agar Manitol Salgado) e para Candida spp. (Chromagar e BCG); as placas foram incubadas por 48-72 h à 37º C, em aerofilia. Foi realizada a contagem de UFC/mL em cada meio. Resultados: Dentre os 24 voluntários analisados, todos apresentaram colonização/infecção por Candida spp., 22 eram portadores de estafilococos, sendo 19 colonizados ou infectados por S. aureus, 21 pacientes estavam colonizados/infectados por enterobactérias. Somente 5 dos 24 pacientes estavam colonizados ou infectados por Pseudomonas aeruginosa. Em relação à quantificação de micro-organismos, em média obteve-se níveis de micro-organismos totais e Candida spp. maiores que 10E8 micro-organismos por mL de saliva. Para os demais patógenos os níveis foram mais reduzidos, em média 10E2 a 10E5 bactérias/mL de saliva. Conclusão: Altos níveis de Candida spp. foram detectados em pacientes submetidos à radio ou quimioterapia. Também foram isoladas bactérias patogênicas em pacientes oncológicos (durante ou após o tratamento radioterápico e/ou quimioterápico). Apesar do reduzido índice de bactérias oportunistas e patogênicas na cavidade bucal de pacientes oncológicos, ressalta-se a importância de medidas profiláticas para diminuir o risco de desenvolvimento de infecções sistêmicas graves nestes pacientes imunodeprimidos e colonizados por microbiota patogênica provenientes de outros sítios.