Resumo

A presença de bactérias resistentes a desinfetantes de uso laboratorial/hospitalar tem sido foco de estudos para melhoria no protocolo de desinfecção nesses ambientes, que passaram a representar um grande desafio especialmente para a comissão de controle de infecção hospitalar. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência antibacteriana de 12 marcas/princípios ativos de desinfetantes de uso laboratorial frente a Staphylococcus aureus e Escherichia coli, cepas ATCC. As bactérias foram semeadas em suspensão salina (0,1mL) conforme tubo 0,5 da escala de Mac Farland, em agar Mueller-Hinton por espalhamento de superfície. Discos de papel de filtro foram embebidos em cada desinfetante, conforme as recomendações de concentração para ação desinfetante, segundo o método Kirby-Bauer. Para os controles positivo e negativo foram utilizados discos de cloranfenicol e disco embebido em salina estéril, respectivamente. O experimento foi realizado em triplicata, em três momentos distintos e as placas foram incubadas a 37^oC por 24h. Foi considerado efeito positivo do desinfetante halos de inibição de crescimento bacteriano a partir de 10mm. Os desinfetantes D1, D2, D4, D9, D10 e D11 (cloreto de dialquil dimetil benzil amônio, hipoclorito de sódio e cloreto de benzalcônio) foram eficazes na inibição do crescimento de S. aureus e E. coli (20-28mm). O desinfetante D8 (cloreto de didecil dimetil amônio) apresentou eficiência apenas contra E. coli (15mm) e os D3, D6 (cloreto de alquil amido propila dimetil benzil amônio e cloreto de alquil dimetil benzil amônio) contra S. aureus (28mm e 22mm). Os desinfetantes D5, D7 e D12 (lauril éter sulfato de sódio, iodo 0,1% álcool etílico e álcool etílico hidratado) não mostraram atividade antibacteriana para nenhuma das bactérias testadas. Os desinfetantes que contêm em sua composição química o cloreto de benzalcônio apresentaram um alto espectro de ação contra as bactérias Gram positiva e negativa. Já os que contêm compostos como álcool etílico e iodo, necessitam de contato prolongado para eliminar os micro-organismos. Porém, o detergente lauril éter sulfato de sódio tem o seu potencial antibacteriano aumentado na presença de outros compostos, como hipoclorito de sódio e clorexidina. Desta forma, os desinfetantes testados revelaram-se eficientes por apresentar atividade antibacteriana comprovada. Contudo, três marcas foram desqualificadas para a finalidade desinfetante, funcionando apenas para limpeza do ambiente.