Resumo

A atividade antimicrobiana de óleos essenciais e seus constituintes vêm sendo estimulada nas últimas décadas como uma fonte de novos medicamentos no tratamento das infecções causadas por micro-organismos, principalmente com o surgimento de bactérias multi-droga resistentes (MDR). O trabalho teve como objetivo avaliar o potencial antibacteriano in vitro dos fitoconstituintes Eugenol e Carvona, isoladamente e combinados, frente à Staphylococcus aureus. O screening da atividade antibacteriana dos fitoconstituintes foi realizado pelo método de difusão em disco de papel utilizando Staphylococcus aureus (ATCC 6538) como micro-organismo teste. Discos de papel impregnados com 20 µL de cada fitoconstituinte foram depositados em placas de Petri previamente semeadas com a suspensão bacteriana ajustada pelo tubo 0,5 da escala de McFarland. As placas foram incubadas na BOD a temperatura de 37°C por 24 horas. Após esse período, os halos de inibição foram mensurados e expressos em milímetros. Pela técnica de macrodiluição determinou-se a concentração mínima inibitória (CMI) e, posteriormente, a concentração mínima bactericida (CMB). Foram preparadas soluções de Eugenol e Carvona (2% a 0,02%; 1:2 v/v) utilizando DMSO como solvente. O efeito sinergético dos fitoconstituintes foi determinado pela concentração inibitória fracional (CIF) dividindo-se os valores da CMI do uso combinado dos fitoconstituintes nas mesmas concentrações pelo isolado de cada fitoconstituinte, sendo definido CIF ≤ 0,5 como efeito sinérgico; CIF > 0,5 a 4 como indiferença e CIF > 4 como antagonismo. Os fitoconstituintes apresentaram atividade antibacteriana frente à S. aureus, exibindo halos de inibição de 22,8 mm para Carvona e 28,4 mm para Eugenol. No caso do Eugenol, em uso isolado, os valores da CMI e CMB foram 0,06% e para Carvona 0,12%, enquanto em uso combinado a CMI foi de 0,06% e CMB de 0,12%, sendo verificada a redução da CMI em relação ao uso isolado de Carvona. Observou-se CIF de 1 e 0,5 quando comparado ao Eugenol e Carvona, respectivamente, de forma que houve efeito sinérgico quando se comparou o uso combinado (0,03% de cada fitoconstituinte) com o uso isolado de Carvona (0,06%), enquanto para Eugenol o uso combinado foi indiferente, confirmando ser mais eficiente. Concluiu-se que Eugenol e Carvona apresentaram ação antibacteriana in vitro frente à Staphylococcus aureus. O uso combinado dos mesmos revelou efeito sinérgico quando comparado com a Carvona em uso isolado.