ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 104-1


Poster (Painel)
104-1Enterobactérias resistentes a Polimixina B: O fim da linha
Autores:ALVES,H.P. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; RAMOS,F. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; SILVA, P.M. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; BORGES, S.M. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; MORETTI, S.M.M. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; LOBO, G.L. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; SILVA, L.G. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; SOARES,T.P.S. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS)

Resumo

Introdução: A Polimixina B tem sido a principal alternativa utilizada em esquemas para o tratamento de infecções por enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (ERC). Os mecanismos de resistência a Polimixina B em ERC ainda não são bem compreendidos e a pressão seletiva gerada pelo seu uso torna-se preocupação pelo possível desenvolvimento de resistência. Conhecer o perfil microbiológico local é fundamental na otimização do tratamento e controle de infecções. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico em infecções por enterobactérias resistentes a Polimixina B. Materiais e Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, que avaliou dados de infecções por enterobactérias resistentes a polimixina B no período de janeiro de 2011 a maio de 2014 em um hospital universitário de Porto Alegre. Os dados foram coletados do sistema de informação do laboratório local. Concentrações inibitórias mínimas de polimixina B foram obtidas através de Etest. Foram incluídas apenas uma amostra por paciente. Resultados: Foram avaliados 49 isolados, 67% em urina, 21% em hemocultura, 7% em secreção abdominal e 5% em secreção respiratória. A média de idade dos pacientes foi de 65 anos (DP±16,5), e a média de dias entre a internação e isolado foi de 39 dias. A resistência a meropenem foi observada em 93% das amostras, a grande maioria com uma concentração inibitória mínina (CIM) de 32µg/ml (63% n:27). Os CIM’s de polimixina B variaram entre 3 e 1024,0 µg/ml. Dos 49 pacientes, 52% não tinham uso prévio ou concomitante de polimixina B e a mortalidade bruta em 30 dias foi de 47%. Na análise de subgrupo, a mortalidade naqueles pacientes com CIM >12 µg/ml de polimixina B foi maior do que os com CIM<12 (69 vs.38%), da mesma maneira a mortalidade foi maior nos pacientes com CIM >8 µg/ml para meropenem (48 vs. 27% para CIM <8 µg/ml). Conclusão: Os nossos achados levantam o questionamento sobre o papel da pressão seletiva na indução de resistência por uso de polimixina B, uma vez que a metade dos pacientes não tinha uso prévio do antibiótico. Outros achados confirmam dados já descritos, como a relação diretamente proporcional entre CIM e mortalidade, onde conseguimos observar que a mortalidade é maior em pacientes com CIM mais altas.


Palavras-chave:  Carbapenêmicos, Controle de Infecção, Enterobactérias, Polimxina B, Resistência