ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 103-2


Poster (Painel)
103-2Estudo de Interferência da Guapira graciliflora (Vell.) Reitz Sobre a Atividade da Eritromicina Frente a Cepas Clínicas de Staphylococcus aureus
Autores:SANTOS, J.S. (UEPB - Universidade Estadual da Paraíba) ; CHAVES, T.P. (UEPB - Universidade Estadual da Paraíba) ; RENE, M.A. (UEPB - Universidade Estadual da Paraíba) ; BARBOSA, A.S. (UEPB - Universidade Estadual da Paraíba) ; NOBREGA, F.P. (UEPB - Universidade Estadual da Paraíba) ; CLEMENTINO, E.L.C. (UEPB - Universidade Estadual da Paraíba) ; MEDEIROS, A.C.D. (UEPB - Universidade Estadual da Paraíba)

Resumo

As cepas de Staphylococcus aureus são facilmente encontradas em ambientes hospitalares e têm preocupado os profissionais da saúde com o desenvolvimento de resistência a penicilinas, macrolídeos, meticilinas e também resistência intermediária a vancomicina. A OMS preconiza estudos de desenvolvimento de alternativas para o tratamento de infecções e observa nos componentes vegetais ações promissoras. Um exemplo é a Guapira graciliflora (Vell.) Reitz (Nyctaginaceae) popularmente conhecida por João-mole, que possui atividades anti-inflamatórias e antimicrobiana. Portanto, este trabalho teve por objetivo analisar in vitro a interferência que a G. graciliflora apresenta na atividade da Eritromicina frente às cepas clínicas de S. aureus. Foram utilizadas cepas ATCC (25923) e clínicas (SA1, SA2, SA3, SA4, SA5 e Sa6). O extrato de G. graciliflora foi obtido por maceração e concentrado em rotaevaporador a 40 °C. As cepas microbianas foram isoladas, identificadas, e em seguida cultivadas em ágar Müeller Hinton por 24 horas, para a obtenção de uma suspensão microbiana de concentração padronizada. Para a avaliação da atividade moduladora foram determinadas as concentrações inibitórias mínimas (CIM) do extrato e dos antibióticos isoladamente. Em seguida, para avaliar a capacidade de modulação da resistência microbiana, foi determinada as CIM dos antibióticos na presença de uma concentração sub-inibitória do extrato. A modulação foi observada pela modificação, em valores significativos, da concentração inibitória mínima e classificada pela relação com a concentração inibitória fracionada (CIF) em sinergismo (CIF < 0,5), indiferente (4 > CIF > 0,5) e antagonismo (CIF > 4). A CIM do antibiótico esteve entre 3,90 a 83,33 mg mL-1 e da planta entre 1,04 a 16,66 mg mL-1. A presença do extrato diminuiu consideravelmente a concentração do antibiótico, apresentando sinergismo frente às cepas SA2, SA4, SA5 e SA6, além de permaner indeferente às cepas ATCC, SA1 e SA3, não observando antagonismo. A ação sinérgica pode estar relacionada à presença de polifenóis na amostra, que atuam sobre a membrana plasmática causando a diminuição de adesinas, enzimas, polipeptídeos da parede celular das bactérias. A diminuição da concentração do antibiótico indica maior potência. Assim, é possível concluir que a G. graciliflora possui ação antibacteriana e, nestas condições de estudo, potencializa a atividade da Eritromicina. Portanto, é uma alternativa para o tratamento de infecções causadas por S. aureus resistentes a macrolídeos, porém estudos in vivo e mais detalhados devem ser realizados.


Palavras-chave:  Guapira graciliflora R., Resistência Antimicrobiana, Sinergismo