Resumo

O aparecimento de cepas como as Staphylococcus aureus Resistentes a Meticilina e cepas de Escherichia coli não sensíveis aos antibióticos convencionais é preocupante no âmbito hospitalar. A evolução da resistência aos antimicrobianos exige a pesquisa e o desenvolvimento de novas formas de tratamento de infecções, sendo os componentes vegetais preconizadas como base de substâncias ativas e bastante promissoras. Componentes importantes são encontrados na espécie Spondias tuberosa A. (Anacardiaceae), ela é indicada pela medicina popular como antioxidante, antiparasitária e antibacteriana; Estudos científicos comprovam suas ações farmacológicas e atribuem sua eficácia a constituintes químicos como alcaloides, flavonoides, taninos, entre outros. Portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar a interferência da S. tuberosa na atividade de antimicrobianos frente a cepas clínicas de S. aureus e E. coli. Os testes foram executados através do método microdiluição em caldo, onde diferentes concentrações do extrato da planta, dos antibióticos e da associação do antibiótico com a planta em concentração sub-inibitória foram colocadas em interação com as cepas (10⁶ UFC). A leitura foi realizada através de coração das bactérias viáveis com resazurina. Foram observadas as concentrações inibitórias mínimas e a capacidade da planta de modular a resistência das cepas, utilizando os softwares ANOVA e GraphPad Prisma 5.0 para análise e classificação das interações. O extrato da S. tuberosa apresentou efeito sinérgico quando associado aos antibióticos levofloxacino, cefalotina e gentamicina; e efeito indiferente quando associado a amoxicilina frente a cepa de S. aureus, além disso obteve sinergismo na associação com os antibióticos ampicilina, eritromicina e amoxicilina frente a E. coli. O sinergismo foi observado pela diminuição da concentração mínima eficaz do antibiótico; a associação indiferente foi observada pela não alteração da concentração; e não foram verificados antagonismos em nenhuma das associações. A ação da espécie pode estar relacionada com presença de compostos fenólicos e estudos de toxicidade demonstram uma baixa toxicidade e utilização segura da mesma. A S. tuberosa é uma espécie com ação antimicrobiana e moduladora da resistência a antibióticos, sendo uma espécie promissora para o desenvolvimento de fitoterápicos ou associações, porém estudos posteriores devem fortalecer a premissa.