ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 97-1


Poster (Painel)
97-1ESPOROTRICOSE ANIMAL NO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA, RJ
Autores:Abreu, D.P.B. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Makita, M.T. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Guedes, A.P.F. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Gomez, M.A. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Campos, S.G. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Baroni, F.de A. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo

Esporotricose é uma doença subaguda ou crônica que acomete homens e animais, ocorrendo, na maior parcela dos casos, em virtude da inoculação traumática de fungos do gênero Sporothrix. Devido à ampla distribuição no ambiente, verifica-se estreita relação entre a enfermidade e ocupações profissionais relacionadas a manipulação de solo e vegetais. Soma-se a este fato o caráter antropozoonótico desta micose, onde a inoculação do agente ocorre através da arranhadura e/ou mordedura de felinos acometidos ou não pela patologia. Levantamento de casuística realizado no estado do Rio de Janeiro evidenciou aumento expressivo no número de casos nos últimos anos, destacando-se em tal epidemia o papel dos felinos domésticos na transmissão para pacientes humanos. O presente trabalho destaca o aumento no número de casos de esporotricose animal diagnosticados entre o período de janeiro de 2012 e junho de 2014 pelo Laboratório de Leveduras Patogênicas e Ambientais – Instituto de Veterinária – UFRRJ, localizado no campus de Seropédica, interior do RJ. Swabs contendo secreção proveniente de lesões ulceradas em cães e gatos foram processados. Após avaliar a qualidade da amostra, o processamento das mesmas era realizado com semeadura simultânea em Ágar Sabouraud Dextrose e meio seletivo para fungos patogênicos (Mycosel®), incubados a 25oC por até 15 dias. Simultaneamente, avaliação citológica, utilizando Fucsina como corante, era realizada, objetivando a pesquisa de estruturas leveduriformes. Avaliação macromorfológica, micromorfológica e realização de termodimorfismo caracterizavam o isolado como pertencente ao complexo Sporothrix schenckii. Do total de 364 amostras suspeitas recebidas, obteve-se 157 (43,13%) isolados posteriormente caracterizados como pertencentes ao complexo S. schenckii. Destes, 135 eram oriundas de pacientes felinos domésticos (85,99%) e 22 de caninos (14,01%). Verificou-se ainda aumento no número de casos positivos nos anos acompanhados, totalizando 36 em 2012, 79 em 2013 e 42 até junho de 2014. Assim sendo, verifica-se que os números em pacientes humanos e animais aumentam simultaneamente, havendo correlação com o caráter zoonótico da micose. A localização do laboratório e a proveniência da maioria dos pacientes atendidos pelo Hospital Veterinário de Pequenos Animais da UFRRJ demonstram que a esporotricose não esta restrita apenas à capital do estado. O controle da esporotricose animal constitui um dos principais desafios para o controle da enfermidade no Rio de Janeiro, sendo necessária a implementação de políticas preventivas e educativas de forma ampla, bem como o acesso facilitado ao tratamento.


Palavras-chave:  Canino, Felino, Sporothrix schenckii, Zoonose