ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 95-1


Poster (Painel)
95-1Reemergência da Coqueluche na Era Vacinal: Aspectos Clínicos, Epidemiológicos e Moleculares
Autores:Torres, RSLA (LACEN-PR - Laboratório Central do Estado do ParanáUP - Universidade Positivo) ; Santos, TZ (LACEN-PR - Laboratório Central do Estado do Paraná) ; Torres, AA (UP - Universidade Positivo) ; Pereira, VD (LACEN-PR - Laboratório Central do Estado do Paraná) ; Favero, AF (UP - Universidade Positivo) ; Muniz, OR (UP - Universidade Positivo) ; Penkal, MP (LACEN-PR - Laboratório Central do Estado do Paraná) ; Araújo, LS (SESA - Secretaria da Saúde do Estado do Paraná)

Resumo

A última década foi surpreendida pelo aumento das taxas de incidência da coqueluche em várias regiões do mundo, apesar da alta cobertura vacinal. Os motivos do retorno desta doença ainda não estão completamente esclarecidos. Algumas hipóteses foram levantadas, entre elas, a perda da imunidade entre os adultos e mudanças no perfil das cepas de B. pertussis circulantes na atualidade. Objetivo: Reportar as características clínicas, epidemiológicas e estado vacinal de pacientes com coqueluche e realizar a caracterização genotípica dos isolados de B. pertussis, no estado do Paraná, Brasil. Métodos: Os dados dos pacientes foram obtidos através das fichas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e a análise genotípica de 99 isolados de B. pertussis foi realizada através da técnica de análise de sequências de DNA repetitivas (rep-PCR; DiversiLab). Foram considerados padrões únicos (clones) os isolados que apresentaram similaridade ≥ 97,0% entre si e nenhuma banda diferente. O software versão 2.1.66 foi utilizado para analisar os resultados através da criação de uma matriz de proximidade, usando a correlação de Pearson. Resultados: Entre 2007-2013 foram notificados no Paraná 3451 casos de coqueluche e entre estes, foram confirmados 1209. A incidência da doença no período oscilou entre 0,15-0,76/100.000 habitantes entre 2007-2010 elevando-se para 1,7/100.000 em 2011, 3,8/100.000 em 2012 e 4,6/100.000 em 2013. Crianças menores de um ano de idade foram as mais acometidas, compreendendo 91,6% dos óbitos. Um número expressivo de pacientes necessitou de hospitalização, tendo como principais complicações a pneumonia (14,5%), otite (0,9%) e encefalopatia (0,7%). Verificamos que 59 (5%) das crianças desenvolveram coqueluche mesmo apresentando o calendário vacinal completo (3 doses + 2 reforços da vacina DTP). A tipagem molecular detectou 2 grandes grupos (G1 e G2) apresentando similaridade inferior a 62%, e entre estes, 8 padrões (G1:P1-P5 e G2:P6-P8) distintos. Os isolados apresentando os padrões [G1: P2, P3 ,P4 e P5] encontravam-se circulando em todos os anos analisados. O padrão G2:P6 foi detectado pela primeira vez em 2009 e os padrões G2:P7 e G2:P8 circularam a partir de 2011. Conclusão: O ressurgimento da coqueluche vem suscitar pesquisas para o desenvolvimento de vacinas com maior capacidade de proteção contra os clones atuais e também, implementar novas estratégias de vacinação, no intuito de reduzir o risco de aquisição da doença pelos lactentes.


Palavras-chave:  Coqueluche, Clones, Bordetella pertussis, rep-PCR, Vacina