ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 94-1


Poster (Painel)
94-1FREQUÊNCIA DE β-LACTAMASES DOS GRUPOS TEM , SHV, CTX-M E KPC PRODUZIDAS POR ENTEROBACTÉRIAS ISOLADAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Autores:Ansaldi, MAJ (UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) ; Moura, AD (UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) ; Motta, RN (UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE)

Resumo

A resistência bacteriana é um problema de saúde pública crescente em todo o mundo e a disseminação dos genes de resistência aos antimicrobianos compreende uma preocupação recorrente. Diante dessa realidade alarmante, a família Enterobacteriaceae figura como um dos protagonistas em nosso país não só pela frequência com que seus representantes são isolados, mas também pela evolução no que tange a resistência ao antimicrobianos, principalmente quando direcionada aos β-lactâmicos pela produção enzimática de β-lactamases de espectro ampliado (ESBLs e Carbapenemases). Para o controle e tratamento adequado do paciente, dados locais são fundamentais, e pensando nisso optou-se em realizar um estudo no estado do Rio Grande do Norte, cujo objeto principal foi avaliar a ocorrência de β-lactamases de espectro estendido (ESBL) e carbapenemases do tipo KPC em enterobactérias obtidas de amostras clínicas oriundas de três centros de referência em saúde. Duzentas enterobactérias oriundas de diversos sítios biológicos foram coletadas durante o período compreendido entre abril de 2012 e agosto de 2013 e submetidas em laboratório a análises fenotípicas confirmatórias (técnica de disco aproximação de Jarlier e teste de Hodge modificado) e moleculares para a identificação dos genes de resistência blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e blaKPC. Dessas enterobactérias, 73 (36,5%) foram confirmadas como produtoras de ESBL, das quais mais da metade pertenciam as espécies Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli. Outras espécies menos frequentes como Enterobacter cloacae, Enterobacter aerogenes, Citrobacter freundii e Providencia stuartti também expressaram o mesmo fenótipo. As análises moleculares através de PCR indicaram que 87,5% dos 73 isolados fenotipicamente confirmados como ESBL albergavam o gene blaCTX-M, 43% amplificaram o gene blaSHV, 37,5% o gene blaTEM. Quanto a produção de carbapenemases, 07 (9,5%) foram positivas para o teste de Hodge Modificado (MHT), todas pertencentes a espécie Klebsiella pneumoniae, porém apenas 05 confirmaram a presença do gene blaKPC. Mais de 50% das enterobactérias multirresistentes expressaram os genes blaESBL de forma associada. Vinte e seis espécies de Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae positivas para o gene blaCTX-M (mais prevalente). Por tratar-se de um estudo preliminar, espera-se que esses resultados possam ser ampliados e utilizados como referência a nível estadual, prevenindo a dispersão dessa resistência e que sirva também como mais um dado nacional para a construção de um perfil mais fidedigno no que diz respeito à epidemiologia desse mecanismo de resistência.


Palavras-chave:  Enterobacteriaceae, ESBL, KPC