ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 30-2


Poster (Painel)
30-2Importância da sepse fúngica de natureza hospitalar em hospital universitário de Minas Gerais.
Autores:Alves, GCP (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Ribas, RM (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Gontijo Filho, PP (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo

Introdução: A candidemia é uma infecção hospitalar com importância crescente pelas suas taxas elevadas de incidência e mortalidade, cuja etiologia destaca-se a espécie Candida albicans. Nosso objetivo foi avaliar a taxa de prevalência de sepse fúngica com e sem critério microbiológico, fatores de risco, terapêutica antifúngica (específica ou presuntiva) e sua relação com a evolução clínica dos pacientes. Materiais e Métodos: O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia tem 550 leitos e oferece assistência terciária. O estudo incluiu principalmente pacientes internados em unidades de terapia intensiva críticas neonatal e de adultos, com, 11 e 30 leitos, respectivamente. O modelo de estudo foi transversal (prevalência) com busca ativa de pacientes com: candidemia e/ou em uso de azóis, entre aqueles com diagnóstico de Infecção Relacionada a Assistência a Saúde (IRAS). A prevalência foi realizada em setembro de 2011 através de vigilância epidemiológica do projeto IRAS-BRASIL. A detecção de candidemia foi realizada por hemocultura, utilizando-se o sistema BactAlert. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia (REGISTRO CEP/UFU115/11). Resultados: O inquérito de prevalência evidenciou taxa elevada (28,3%, 66/233) de IRAS no hospital, com a utilização de critérios microbiológicos em 54,0% dos casos. Em relação as infecções de etiologia por Candida foram observadas as seguintes frequências: pacientes com candidemia (12,2%), em uso de azóis (15,2%, 10/66) e preenchendo os dois critérios (22,7%, 15/66). Entre os fatores de risco mais frequentes nos pacientes com sepse fúngica, destacaram-se: uso de cateter venoso central (86,6%), internação em unidade de terapia intensiva (40,0%), além do uso de antibióticos (53,32%). Os pacientes com sepse com diagnóstico laboratorial foram clinicamente mais graves, apresentando índice de Charlson de 5,4 versus 2,5 para aqueles com diagnóstico presuntivo, embora a taxa de mortalidade hospitalar no prazo de 30 dias fosse maior (30,0% x 20,0%) neste último grupo. Entre as amostras de sangue, Candida albicans (40,0%) foi a mais comum. Conclusão: A sepse por Candida foi frequente entre as infeções nosocomiais no Hospital, em pacientes internados em unidades críticas, mais graves, quando de hemocultura positiva, com taxa de mortalidade hospitalar correspondendo a cerca de um quarto dos pacientes, semelhante nos grupos com diagnóstico etiológico e presuntivo.


Palavras-chave:  sepse fúngica, antimicrobianos, critérios microbiológicos, fatores de risco