ANAIS :: SIMC 2014
Resumo: 18-1


Poster (Painel)
18-1CARACTERIZAÇÃO DA RESISTÊNCIA A CARBAPENÊMICOS EM ENTEROBACTÉRIAS - NÃO E.coli E NÃO K. pneumoniae EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO RIO DE JANEIRO.
Autores:ALVES, D.P. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; ASSEF, A.P.D.C. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; ALBANO, R.M. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; JONES, M.C.M.F. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; LEÃO, R.S. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; MARQUES, E.A. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

A emergência mundial da resistência aos carbapenêmicos em Enterobactérias constitui uma crescente ameaça à saúde pública. A aquisição de enzimas KPC, metalo-betalactamases ou OXA-48 são importantes determinantes que sustentam a resistência aos carbapenêmicos e a maioria dos dados no Brasil concentram-se em informações acerca de Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. Este estudo objetivou investigar fenotípicamente e genotipicamente os mecanismos envolvidos na resistência a carbapenêmicos em 298 amostras de Enterobactérias – não E. coli e não K. pneumoniae – isoladas de diferentes espécimes clínicos de pacientes atendidos em um hospital universitário no Rio de Janeiro. A susceptibilidade aos antimicrobianos (cefalosporinas de terceira e quarta geração, carbapenêmicos, fluoroquinolonas e aminoglicosídeos) foi testada pelo método de difusão em ágar (CLSI 2013). A detecção fenotípica da produção de carbapenemases foi realizada utilizando os inibidores enzimáticos: ácido fenil-borônico (AFB), cloxacilina e EDTA, segundo nota técnica 01/2013 ANVISA. Nas amostras consideradas positivas para a produção de carbapenemases foi realizada a detecção dos genes blaKPC, blaIMP, blaVIM, blaNDM e blaOXA-48 por PCR multiplex e sequenciamento dos amplicons. Dentre as 298 amostras testadas, 131 (44%) apresentaram resistência ou sensibilidade reduzida a pelo menos um dos carbapenêmicos (imipenem, meropenem e/ou ertapenem). Destas 29 (10%) foram positivas no teste fenotípico sugestivo de KPC (diferença de halo de ≥5mm nos discos de IMP e/ou MER impregnados com AFB em relação aos discos não impregnados) sendo, Enterobacter cloacae (n=17; 59%), Serratia marcescens (n=8; 28%), Citrobacter spp. (n=3; 10%) e Morganella morganii (n=1; 3%). Independentemente das espécies, a maioria foi isolada de sangue e urina. O perfil de sensibilidade das 29 amostras revelou um alto índice de não susceptíveis aos antimicrobianos testados em paralelo (ceftazidima 76%, cefotaxima 100%, cefepime 76%, amoxacilina + clavulanato 93%, ciprofloxacino 86% e gentamicina 52%). Em todas as amostras foi detectado o gene blaKPC-2. Os resultados do estudo demonstram que o mecanismo responsável pela resistência a carbapenêmicos nestas amostras foi a produção de KPC-2 e que a PCR multiplex confirmou os resultados do teste fenotípico, indicando que este é uma ferramenta diagnóstica confiável. Além disso, contribuíram para o conhecimento da epidemiologia local de resistência a carbapenêmicos em Enterobactérias. CNPq/FAPERJ


Palavras-chave:  ENTEROBACTÉRIAS, RESISTÊNCIA, CARBAPENEMASES