ANAIS :: MICROAL 2014
Resumo: 207-1


Poster (Painel)
207-1Avaliação microbiológica da preparação purê de batata destinada à pacientes internados em um hospital universitário na cidade do Rio de Janeiro e susceptibilidade aos antimicrobianos em cepas de enterobactérias isoladas da dieta
Autores:Angeloff M (UERJ/FCM/DIMI - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Braz MM (UERJ/FCM/DIMI - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Silva SF (UERJ/FCM/DIMI - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Santos EFAS (UERJ/FCM/DIMI - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Matos JGCN (UERJ/FCM/DIMI - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Sono PAJMR (UERJ/FCM/DIMI - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Queiroz MLP (UERJ/FCM/DIMI - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

A contaminação dos alimentos por enterobactérias pode ser uma das vias de colonização/infecção no ambiente hospitalar. A preparação purê de batata é uma dieta destinada principalmente a crianças, idosos e pacientes imunocomprometidos, além de ser de fácil aceitação. Este trabalho teve por objetivos realizar a análise microbiológica da dieta, isolar e identificar as enterobactérias e verificar a susceptibilidade aos antimicrobianos. Na coleta das amostras foram usados os mesmos utensílios e embalagens para o fornecimento da dieta aos pacientes. O transporte foi feito na mesma embalagem para o Laboratório para processamento. Foi feita diluição de 25g da amostra em 225mL de água peptonada 0,1%. Foi realizada a estimativa do Número mais Provável de coliformes termotolerantes, contagem de Staphylococcus coagulase positiva, pesquisa de Salmonella e Bacillus cereus (RDC 12/2001; ANVISA). O isolamento de enterobactérias foi feito através de semeadura em ágar EMB. A identificação foi feita com metodologia convencional. O teste de susceptibilidade aos antimicrobianos foi feito com técnica padronizada aos seguintes antimicrobianos: AK (30μg); CN (10μg); TOB (10μg); K (30μg); S (10μg); AMC (30μg – 2:1); AML (10μg); FEP (30μg); CXM (5μg); ATM (30μg); CAZ (30μg); KF (30μg); CRO (30μg); CTX (30μg); PRL (100μg); IMP (10μg); ETP (10μg); MEM (10μg); C (30μg); FOX (30μg); TE (30μg); CIP (5μg); NA (30μg); NOR (10μg); TGC (15μg); F (300μg); FOT (200μg); S3(300μg) e W (5μg). A avaliação microbiológica indicou que 43,3% (n=13) das amostras estavam impróprias para o consumo humano. Não foram isoladas cepas de Staphylococcus coagulase positivo, Salmonella e Bacillus cereus. Foram identificadas 51 espécies de enterobactérias: Klebsiella pneumoniae subsp. pneumoniae (50,9%; n=26), Enterobacter aerogenes (17,6%; n=9), Enterobacter gervoviae (7,8%; n=4), Hafnia alvei (9,8%; n=5), Escherichia coli (7,8%; n=4) e Citrobacter gillenii (5,8%; n=3), sendo observada mutirresistência (resistência a três classes de antimicrobianos) em todas as espécies. Foram observadas cepas resistentes à cefalosporinas de 3ª. geração e aztreonam, carbapenêmicos e às quinolonas e fluoroquinolonas. Nossos resultados indicam que os procedimentos para o preparo da dieta precisam ser revistos e implicam a dieta como veículo de disseminação de enterobactérias com marcadores de resistência importantes neste cenário.


Palavras-chave:  avaliação microbiológica, dieta hospitalar, enterobactérias, resistência aos antimicrobianos