ANAIS :: MICROAL 2014
Resumo: 202-1


Poster (Painel)
202-1Nanopartículas de óxido de zinco obtidas via processamento soloquímico como agente antimicrobiano frente ao Staphylococcus aureus
Autores:SOUZA, R. C. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; BAGGIO, D. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; CARCIOFI, B. A. M. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; RIELLA, H. G. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina)

Resumo

As inovações proporcionadas pela redução de tamanho das partículas tornam o estudo de materiais nanométricos de enorme importância. As nanopartículas metálicas apresentam propriedades de interesse para diversas aplicações tecnológicas e têm sido estudadas pelo excelente potencial antimicrobiano e antifúngico. Nanopartículas de óxido de zinco podem ser obtidas por diversos métodos, resultando em nanocristais de tamanho e morfologia diferenciados, influenciando seu potencial de ação antimicrobiana. O Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram positiva, sendo que algumas cepas produzem toxinas proteicas termoestáveis responsáveis por causar intoxicação alimentar. O objetivo desse estudo foi avaliar a atividade antimicrobiana de nanopartículas de óxido de zinco obtidas via processamento soloquímico sobre o Staphylococcus aureus. As nanopartículas de óxido de zinco foram sintetizadas em baixas temperaturas e em curto tempo de reação, sem adição de agente estabilizante, obtendo nanobastões de cerca de 40 µm. Dispersões das nanopartículas em água Milli-Q (0.5; 0.1; 0.05 e 0.01 mg/mL) foram preparas com auxílio de banho ultrassônico e as concentrações foram avaliadas em relação à ação antimicrobiana pelo método de difusão em discos de papel e diluição em caldo. Para isso, foi realizado o crescimento microbiano durante 72 h, sendo determinada a Concentração Mínima Inibitória (CMI) e a Concentração Bacteriostática Mínima (CBM). Observou-se que o halo de inibição do crescimento microbiano ao redor dos discos foi crescente com o aumento da concentração de nanopartículas. A CMI e CBM foram estabelecidas em 0,5 mg/mL e 0,05 mg/mL, respectivamente. O crescimento, utilizando CMI, não apresentou células viáveis ao término de 24 h de incubação, enquanto o controle negativo (água Milli-Q) alcançou uma contagem de 109 UFC/mL. Os prováveis mecanismos de ação antimicrobiana são a indução do stress oxidativo devido à geração de espécies reativas de oxigênio, o acúmulo de nanopartículas na membrana bacteriana e/ou a liberação dos íons Zn2+. O método soloquímico proposto mostrou-se ser eficaz para obtenção de nanopartículas de óxido de zinco com ação antimicrobiana frente ao Staphylococcus aureus, mesmo em concentrações baixas, ampliando o interesse da sua aplicação em embalagens para a garantia da segurança dos alimentos.


Palavras-chave:  Antimicrobiano, Nanopartícula de óxido de zinco, Processamento soloquímico, Staphylococcus aureus