Resumo

A equinocultura aumentou nos últimos anos, em virtude da mudança na utilidade dos equinos, de animais de lida no campo para animais atletas. Várias enfermidades, como as infecções respiratórias, causam diminuição de desempenho e tornam os animais inaptos a desenvolver atividades atléticas. Há muitos trabalhos abordando patógenos bacterianos e virais que acometem o trato respiratório, entretanto, os estudos abordando os fungos são limitados. Dessa forma, o objetivo inicial desta pesquisa foi identificar Candida spp. isoladas da cavidade nasal de equinos e determinar a sensibilidade in vitro destas leveduras ante a anfotericina B, fluconazol e itraconazol. Para a obtenção de Candida spp. foram coletadas amostras da cavidade nasal rostral e caudal de 97 equinos, escolhidos aleatoriamente, no Estado do Ceará, Brasil, por meio do uso de swabs de algodão estéreis, os quais eram acondicionados em solução salina acrescida de cloranfenicol. As leveduras obtidas foram identificadas por métodos manuais, como características macromorfológicas e micromorfológicas, cultura em meio cromogênico CHROMagar-Candida, perfil bioquímico e, excepcionalmente, pelo método automatizado VITEK 2. Dessa forma, foram recuperados 56 isolados de Candida spp., provenientes de 35 equinos (36,08α%), sendo 18 (32,14α%) C. famata, 14 (25α%) C. parapsilosis, 12 (21,42α%) C. guilliermondii, 11 (19,64α%) C. tropicalis e 1 (1,78%) C. pelliculosa. As concentrações inibitórias mínimas (CIMs) dos antifúngicos previamente citados foram determinadas de acordo com o documento M27-A3 do CLSI. As CIMs variaram de 0,03125 a 1 µg/mL para anfotericina B; de 0,03125 a >16αµg/mL e de 0,125 a >64αµg/mL para itraconazol e fluconazol, respectivamente, sendo observada resistência ao fluconazol e ao itraconazol em isolados de C. tropicalis (n=3) e de C. guilliermondii (n=1). Em suma, os dados demonstram um predomínio de Candida não-albicans na microbiota da cavidade nasal de equinos, inclusive com isolados resistentes a derivados azólicos.