XXI ALAM
Resumo:1746-1


Poster (Painel)
1746-1Pesquisa de resistência a antimicrobianos em bactérias gram-negativas isoladas de estações de tratamento de esgoto da Grande São Paulo.
Autores:Ana Paula Amaral (FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública USP) ; Milena Dropa (FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública USP) ; Bruna Aguiar (FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública USP) ; Rafael Arrabaça de Carvalho (FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública USP) ; Flávia Nacache (FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública USP) ; Elayse Maria Hachich (CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) ; Maria Inês Zanoli Sato (CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) ; Glavur Rogério Matté (FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública USP) ; Maria Helena Matté (FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública USP)

Resumo

A resistência bacteriana aos antimicrobianos é um problema mundial crescente, e se deve em parte pelo uso e descarte inadequados desses medicamentos, bem como pela contaminação do meio ambiente por efluentes industriais e domésticos contendo tanto antimicrobianos como bactérias carreadoras de genes de resistência. O objetivo desse trabalho foi verificar a presença de resistência antimicrobiana em bactérias gram-negativas presentes em amostras provenientes de lodo de esgoto da Grande São Paulo. A partir de amostras de lodo de duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), foram isoladas 49 cepas, sendo 29 Enterobactérias, 9 não-fermentadores de glicose e 11 isolados fermentadores de glicose e oxidase positivos. Os isolados foram submetidos ao antibiograma, de acordo com as normas do CLSI. Os antimicrobianos utilizados foram Ertapenem, Imipenem, Meropenem, Ceftazidima, Cefotaxima, Aztreonam, Cefotetan, Ciprofloxacin, Ácido Nalidíxico, Tetraciclina, Doxiciclina, Gentamicina, Amicacina e Estreptomicina. Trinta e três cepas (67%) foram resistentes ao grupo das Quinolonas, das quais 31% ao Ciprofloxacin e 67% ao Ácido Nalidíxico. Trinta e uma cepas (63%) foram resistentes ao grupo dos Aminoglicosídeos, das quais 59% a Estreptomicina, 22% a Gentamicina e 8% a Amicacina. Dezessete isolados foram resistentes ao grupo das Tetraciclinas, sendo 31% a Tetraciclina e 30% a Doxiciclina. Finalmente, 29 cepas (60%) foram resistentes aos Beta-lactâmicos, sendo 49% as Cefalosporinas de 3ª geração, 42% ao Aztreonam e 24% aos Carbapenens. Setenta e seis por cento dos isolados resistentes aos carbapenens foram positivos para produção de MBL, 46% dos isolados resistentes ao Cefotetan foram positivos para produção de AmpC e 25% dos isolados resistentes às Cefalosporinas e ao Aztreonam foram positivos para produção de ESBL. Os resultados deste estudo mostram a presença de resistência bacteriana a diversas classes de antimicrobianos. Uma vez que os protocolos atuais de tratamento de esgoto não prevêm a eliminação de medicamentos ou dos elementos codificadores de resistência, os produtos oriundos desse processo tornam-se uma ameaça ao meio ambiente e um problema de Saúde Pública, pois podem ser disseminados para ecossistemas terrestres e aquáticos.


Palavras-chave:  resistência, Esgoto, ESBL, antimicrobianos