XXI ALAM
Resumo:1715-3


Poster (Painel)
1715-3Cultivo de arqueias metanogênicas psicrófilas a partir de sedimento profundo da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica.
Autores:Mariana Draque Vasconcelos (IO-USP - Instituto Oceanográfico) ; Ana Carolina Vieira Araujo (IO-USP - Instituto Oceanográfico) ; Diego Castillo Franco (IO-USP - Instituto Oceanográfico) ; Cristina Rossi Nakayama (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Vivian Helena Pellizari (IO-USP - Instituto Oceanográfico)

Resumo

Arqueias metanogênicas são micro-organismos amplamente distribuídos em ambientes anaeróbios, como sedimentos marinhos. Globalmente, elas são responsáveis por até 80% do metano emitido para a atmosfera, e em sedimentos marinhos antárticos estima-se que sejam responsáveis pela mineralização de 2% do carbono orgânico disponível. No entanto, poucos foram os estudos que visaram o cultivo e isolamento de cepas metanogênicas a partir de ambientes Antárticos. Nesse trabalho, relatamos o cultivo de cepas metanogênicas a partir de amostras de sedimento coletadas a 700 m de profundidade na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Península Antártica. O sedimento foi coletado com box-corer, e para evitar o contato com ar atmosférico, sub-amostrado com seringas plásticas de 60 mL, posteriormente vedadas com válvulas de três vias. As amostras foram preservadas a 4 °C até serem transferidas sob fluxo de N2 para frascos de cultivo. Etapas sucessivas de cultivo em meio líquido e sólido (roll-tube) foram realizadas a 15 °C, buscando-se isolar micro-organismos metanogênicos psicrófilos. A produção de metano foi analisada através de cromatografia gasosa com detecção de ionização de chama e as culturas foram observadas a fresco em microscopia de fluorescência, buscando-se células autofluorescentes típicas de micro-organismos metanogênicos. Os frascos que apresentaram maior produção de metano foram repicados em meio de cultura contendo 100 µM de vancomicina. A caracterização molecular das culturas foi realizada através da construção de bibliotecas do gene mcrA, e a análise das sequências está em andamento. Diferentes fontes de carbono foram utilizadas e, quando empregadas em separado, recuperou-se a atividade metanogênica em frascos alimentados com acetato (2 mM), metanol (2 mM) ou pressurizados com H2:CO2 (70:30), mas não a partir de formiato (2 mM). Diversas morfologias autofluorescentes foram observadas, sendo que cocos predominaram nos cultivos hidrogenotróficos.


Palavras-chave:  antártica, arquéias, metanogênicas, psicrófilas, sedimento