Resumo

Estudos foram realizados para investigar a habilidade de Cunninghamella elegans UCP 542 na produção de quitosana, utilizando resíduo agroindustrial como substrato e fontes adicionais de carbono e de nitrogênio. A quitosana é um biopolímero que tem se expandido rapidamente nos últimos anos, por apresentar diferentes propriedades, tais como: atividade antimicrobiana, na área médica, na agricultura, na área ambiental, indústria farmacêutica e indústria alimentar. A quitosana é um biopolímero que pode ser formado a partir de métodos químicos ou enzimáticos. A extração do biopolímero quitosana foi realizada pelo método enzimático de formação da quitosana ocorre na parede celular dos fungos em função da ação complexa de duas enzimas: a quitina sintetase e a quitina deacetilase. Na primeira etapa, a quitina sintetase constrói uma cadeia de quitina usando o precursor da uridina difosfato-N-acetilglicosamina (UDP-Glc-NAc). Em seguida, a quitina deacetilase hidrolisa grupos acéticos de N-acetilglicosamina (GlcNAc), transformando-os em glucosamina (GlcN) ocorrendo, assim, a formação da quitosana. C. elegans é um fungo pertencente a classe dos Zygomycetes e têm sido amplamente estudado como modelo, devido a sua parede celular apresentar quitina e quitosana. Neste trabalho foi realizado um planejamento fatorial completo 2^³ para selecionar as condições mais favoráveis de crescimento micelial e de produção de quitosana. O substrato agroindustrial de baixo custo utilizado foi a milhocina, suplementado com asparagina. Os dados experimentais foram validados por meio de Diagramas de Pareto, empregando o software Statistic versão 7 (Statsoft®) para analisar os resultados. Os resultados obtidos demonstraram rendimentos de biomassa de 1,69g/L e de quitosana de 53,47mg/g de biomassa. Os resultados confirmaram a influência da adição de fontes de carbono e nitrogênio, como o resíduo agroindustrial (milhocina) e asparagina, na produção de quitosana microbiológica. A quitosana demonstrou elevado grau de desacetilação, confirmando assim o seu potencial biotecnológico para futura aplicabilidade.