Resumo

Os endófitos podem ser colonizadores de tecidos sadios de partes aéreas e raízes da planta, sem lhe causar danos aparentes, diferindo dos epífitos que vivem na superfície dos vegetais, e dos fitopatógenos causadores de doenças. A palma forrageira (Opuntia ficus-indica Mill.) é conhecida pela sua vasta utilização agronômica na produção de frutas comestíveis e cladódios, que podem ser utilizados como alimento (forragem) para animais, inclusive para o homem. O presente trabalho teve como objetivo realizar a atividade antimicrobiana de Penicillium montanense, endofítico de palma forrageira. As bactérias Gram-positivas (G+): Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, Micrococcus luteus, Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus multiresistente e as bactérias Gram-negativas (G-): Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella enteritidis e Mycobacterium smegmatis foram obtidas da Coleção de Cultura do Departamento de Antibióticos (UFPEDA) da UFPE. Todas as culturas foram semeadas por 24h e 48h em placas de Petri com meios de cultura AN (Ágar Nutriente) e BHI (Brain Heart Infusion) e incubadas a 37°C. Para atividade antimicrobiana, conídios de P. montanense foram suspensos em ‘Tween’ e cultivados em forma de “tapete” durante sete dias em placas de Petri contendo BDA, incubados a temperatura de 28±2°C. Após esse período foram retirados fragmentos de 6 mm de diâmetro e inoculado em placas semeadas com as bactérias. A atividade antimicrobiana foi avaliada medindo-se o halo de inibição do fungo contra os micro-organismos testes. Peniciliium montanense apresentou atividade antimicrobiana contras as bactérias Micrococcus luteus e Salmonella enteritidis, apresentando halos de inibição de 24 mm e 15 mm, respectivamente. Estes resultados contribuem com novas perspectivas em relação ao potencial biotecnológico e farmacológico de endofíticos de palma forrageira, que é pouco explorado.