XXI ALAM
Resumo:1675-1


Poster (Painel)
1675-1Fitness nas linhagens LAM e não-LAM de Mycobacterium tuberculosis
Autores:Fernanda Spies (FURG - Unversidade Federal do Rio Grande - campus saúde / ITM - Institute of Tropical Medicine) ; Andrea Von Groll (FURG - Unversidade Federal do Rio Grande - campus saúde) ; Anandi Martin (ITM - Institute of Tropical Medicine) ; Juan Carlos Palomino (ITM - Institute of Tropical Medicine) ; Pedro Eduardo Silva (FURG - Unversidade Federal do Rio Grande - campus saúde)

Resumo

Estudos recentes têm sugerido que existem pelo menos seis linhagens principais de Mycobacterium tuberculosis associadas a determinadas regiões geográficas que aparentemente co-evoluíram e adaptaram-se as distintas populações humanas. Na América do Sul, cerca de 50% dos isolados pertencem à linhagem Latin-American-Mediterranean (LAM), o que pode ser, ao menos em parte, determinado pelo fitness desta linhagem em relação as demais. Neste estudo foi comparado in vitro o fitness de 78 isolados clínicos com diferentes genótipos e perfis de resistência aos antimicrobianos de primeira linha. A técnica de spoligotyping foi realizada utilizando um kit comercial, e os isolados foram ainda caracterizados por um PCR LAM-específico, onde a presença de uma inserção IS6110, único para todos os membros da linhagem LAM é identificada. O ensaio de microdilução da resazurina foi utilizado para determinar o perfil de resistência aos antimicrobianos. O fitness foi avaliado a partir das curvas de crescimento utilizando o sistema BACTEC tendo sido utilizado dois parâmetros para medir o tempo em horas (h) que cada isolado demora a atingir dois pontos diferentes: o comprimento da fase de lag (até 75 unidades de crescimento) e o índice de crescimento (5.000 a 10.000 unidades de crescimento). Para a análise estatística foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Os isolados caracterizados como pertencentes a linhagem LAM (47 cepas) tiveram uma fase lag de 162 h em média enquanto os não-LAM (31 cepas, 10 Haarlem, 14 T e 7 não-LAM) precisaram de 144 horas em média para chegar a 75 unidades de crescimento (p = 0,090). A mesma comparação foi feita para o índice de crescimento e a média das cepas foi de 30 h, e 26 h, para LAM e não-LAM respectivamente (p = 0,395). Na média, na fase de lag, as cepas não-LAM cresceram mais rapidamente do que as cepas LAM, mas sem diferença estatística no índice de crescimento. Um fator que pode estar influenciando a diferença entre as cepas LAM e não-LAM é o diferente número de isolados sensíveis em cada grupo, as cepas da LAM tinham 6/47 (13%) das cepas sensíveis e não-LAM tinha 14/31 (45%). Os resultados destes ensaios não explicam por que linhagem LAM é a linhagem mais frequente no Brasil. Mais estudos são necessários para entender a relação entre ambiente, micro-organismo e hospedeiro.


Palavras-chave:  curvas de crescimento, fitness, mycobacterium tuberculosis