Resumo

A facilidade de exploração e o aspecto geralmente aceitável da água subterrânea são os fatores relevantes e decisivos para sua utilização. No bairro Pedra 90, região sudeste de Cuiabá-MT, a água subterrânea tem desempenhado papel importante e fundamental no suprimento de água à população. Este trabalho teve como objetivo analisar a qualidade microbiológica da água de 30 poços localizados neste bairro utilizados no abastecimento domiciliar. As amostras de água foram coletadas nos períodos de estiagem (julho 2011) e chuvoso (novembro 2011) para a determinação de coliformes totais e Escherichia coli pelo método de substrato enzimático Colilert e a densidade de bactérias heterotróficas e ferrobactérias, pela técnica de cultivo em profundidade em meios de cultura Agar Padrão para Contagem e Agar Citrato Férrico Amoniacal, respectivamente. Os resultados obtidos dos poços rasos no período de estiagem para bactérias heterotróficas variaram de 25 a 33.600 UFC/mL sendo que 75,86% das amostras analisadas ultrapassaram os limites recomendados enquanto que no período chuvoso este valor situou em 68,97% com densidades que variaram de 70 a 2650UFC/mL. As menores densidades de coliformes totais foram 574 e 166,4NMP/100mL para os períodos de seca e cheia respectivamente e os maiores valores encontrados ultrapassaram 2419,2 NMP/100mL nos dois períodos amostrais. Também para Escherichia coli nenhuma das águas provenientes dos poços atendeu a legislação e os resultados variaram entre 5,2NMP/100mL a 2419,2 NMP/100mL, no período de seca, e, 1 a 2419,2 NMP/100mL no período de cheia. As análises na água dos poços profundos foram efetuadas apenas no período de cheia sendo confirmada a contaminação por coliformes totais em 100% das amostras e ausência de Escherichia coli em 80%. A densidade de ferrobactérias variou entre 9,5 e 7000UFC/mL (período seco) e densidade máxima de 1230 UFC/mL no período chuvoso. Os resultados da ocorrência de ferrobactérias podem estar relacionados com o teor de ferro nas águas subterrâneas mostrando relação entre a localização dos poços, tipos de solos (Plintossolo Argilúvico e Plintossolo Pétrico) e o período sazonal. Logo, é possível concluir que as águas dos poços rasos e profundos analisados no estudo apresentam contaminação microbiológica e está imprópria para o consumo humano de acordo com a Portaria 2.914/2011.