XXI ALAM
Resumo:1665-1


Poster (Painel)
1665-1Detecção e quantificação de bactérias anaeróbias na microbiota fecal de crianças de zero a 12 meses de idade
Autores:Silvia Toledo Talarico (FCF - USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas USP) ; Elizabeth H. Takagi (FCF - USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas USP) ; Marina Baquerizo Martinez (FCF - USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas USP) ; Carla R. Taddei (FCF - USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas USP)

Resumo

O complexo ecossistema que compõe a microbiota intestinal está envolvido em uma série de eventos benéficos para o hospedeiro, com consequência para a saúde da criança e do adulto. A colonização desta microbiota se inicia na criança recém-nascida e alcança estabilidade em torno do primeiro ano de vida, e as diferenças na composição da microbiota estão relacionadas à intersecção de fatores externos, como tipo de parto, alimentação e contaminação ambiental, com os fatores endógenos do hospedeiro. Várias técnicas genéticas de identificação bacteriana têm surgido ao longo das últimas décadas, revelando uma grande diversidade da microbiota nas amostras analisadas. O objetivo do estudo foi detectar e quantificar, pela metodologia de PCR em tempo real, os gêneros Bifidobacterium, Lactococcus e E. coli em amostras de fezes de 12 crianças, que vivem em baixas condições sócio-econômicas em São Paulo, Brasil. Foram avaliadas amostras dos tempos de 2, 7 e 30 dias, 3, 6 e 12 meses. Estudos prévios neste grupo de crianças mostraram que através de biblioteca genômica não foi possível detectar alguns gêneros bacterianos, entre eles, Bifidobacterium. Este trabalho mostra a sua presença em todas as crianças incluídas neste estudo. Ao longo do primeiro ano de vida, observa-se um aumento da quantidade de Bifidobacterium spp. em relação a E. coli, já a partir da primeira semana de vida das crianças, crescimento esse possivelmente estimulado pelo leite materno. Porém, nota-se que, apresar de todas as crianças terem sido amamentadas exclusivamente com leite materno durante o primeiro mês de vida, neste período, a quantidade de Bifidobacterium variou entre as crianças. Durante o primeiro ano de vida das crianças, as quantidades de Bifidobacteria e E. coli variaram entre as crianças, não sendo possível definir um padrão da presença desses micro-organismos com o passar dos meses. Neste grupo de crianças, Lactococcus é o gênero bacteriano encontrado em menor quantidade. Esses resultados mostram que a microbiota é única e interpessoal, e que apesar dos inúmeros benefícios relacionados ao aleitamento materno, a abundância dos principais gêneros que compõem a microbiota intestinal está sujeita a fatores externos, possivelmente relacionados à contaminação ambiental.


Palavras-chave:  Bifidobacterium spp., E. coli, Lactococcus spp., microbiota intestinal, pcr em tempo real