Resumo

O termo EPEC atípica (aEPEC) é usado para definir as Escherichia coli enteropatogênicas que não transportam o plasmídio EAF (EPEC adherence factor). As EPEC atípicas podem pertencer ou não aos sorogrupos O tradicionais de EPEC e podem aderir ou não às células HEp-2. As aderentes podem expressar predominantemente o padrão localizado-like, assim como os padrões agregativo e difuso. As amostras de EPEC típica (tEPEC) e atípica apresentam em seu genoma uma ilha de patogenicidade denominada região LEE (locus of enterocyte effacement), onde estão contidos os genes relacionados à formação de uma lesão histopatológica denominada Lesão attaching-effacing (A/E). A regulação gênica da região LEE pode ser feita por “Quorum Sensing”, processo de sinalização química através de secreção de metabólitos denominados auto-indutores (AI). A regulação do “Quorum Sensing” por “Small” RNA (RNAs) está bem estabelecida com relação a Vibrio cholerae onde os RNAs juntamente com a chaperona Hfq, formam um complexo denominado Qrr (Quorum sensing regulatory RNA). Esses Qrr atuam em LuxR, aumentando ou diminuindo a sua produção, diretamente ligado à densidade bacteriana no biofilme. Até o momento não existem trabalhos sobre a participação de Hfq em EPEC atípica, assim sendo, o presente estudo analisa mutantes em Hfq de EPEC Atípica pertencente ao sorotipo O55:H7 quanto sua capacidade de adesão em células HEp-2 e formação de lesão A/E. A mutagênese foi obtida utilizando-se o sistema λ λ Red de recombinação alélica. A deleção ocorrida nas amostras mutantes foram confirmadas por sequenciamento de DNA. A amostra mutante apresentou alteração quanto à sua capacidade de adesão, onde essa diminuição foi quantificada. Além disso, testes de fluorescence actin staining (FAS) mostraram uma diminuição quanto à capacidade dos mutantes em aderir e formação de lesão A/E.