XXI ALAM
Resumo:1612-3


Poster (Painel)
1612-3Caracterização de Staphylococcus aureus meticilina-resistentes provenientes de propriedades leiteiras
Autores:Patrícia Yoshida Faccioli-martins1 (UNESP-IBB - Universidade Estadual Paulista- Instituto de Biociências) ; Danilo Flávio Moraes Riboli (UNESP-IBB - Universidade Estadual Paulista- Instituto de Biociências) ; Hélio Langoni (UNESP-FMVZ - Universidade Estadual Paulista-Faculdade de Medicina Veterin) ; Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunha (UNESP-IBB - Universidade Estadual Paulista- Instituto de Biociências)

Resumo

MRSA são patógenos importantes na saúde humana pela multi-resistência a antimicrobianos e disseminação. Em 1972 foram encontrados primeiramente em animais, em vacas com mastite. Porém, somente nos últimos anos os animais tem demonstrado papel importante na manutenção e disseminação de MRSA para humanos. Visto que o leite é essencial à alimentação humana, que a mastite é uma infecção comum nos rebanhos leiteiros e causada com frequência por Staphylococcus aureus, o objetivo deste trabalho foi avaliar a ocorrência de MRSA em leite de tanque bovino de propriedades leiteiras do estado de São Paulo. Amostras de 71 fazendas foram coletadas para triagem daquelas positivas para S. aureus. Novas amostras das 33 propriedades selecionadas foram coletadas e cultivadas em agar BP para isolamento, identificações bioquímica e genotípica. Em agar sangue 2 a 4 colônias de cada propriedade foram selecionadas pelas diferenças morfológicas, totalizando 100 isolados. O DNA foi submetido à PCR para detecção do gene mecA. As amostras positivas para o gene foram submetidas à tipagem do SCCmec com protocolo capaz de identificar os tipos I a VI. Controles positivo e negativo foram utilizados para validar os testes genotípicos. Foi avaliado o perfil de sensibilidade de 70 isolados para benzilpenicilina, ciprofloxacina, oxacilina, vancomicina e tetraciclina por E-test. Foram identificados 6 (6%) isolados MRSA pelo gene mecA, não sendo tipáveis quanto ao SCCmec pelo protocolo utilizado, e sendo sensíveis às drogas cefoxitina e oxacilina na disco difusão. Quatro isolados submetidos à tipagem molecular por PFGE foram considerados distintos (similaridade <80%). As concentrações inibitórias mínimas (μg/mL) de 50% (CIM 50) e 90% (CIM 90) foram respectivamente: benzilpenicilina 0,032/0,38, ciprofloxacina 0,25/0,38, oxacilina 0,19/0,25, vancomicina 0,75/1,5, e tetraciclina 0,125/0,25. Dos 70 isolados, 16 (22,9%) foram resistentes à benzilpenicilina, 2 (2,9%) foram intermediários e 2 (2,9%) foram resistentes à tetraciclina. A resistência aos antimicrobianos testados ocorreu em baixa frequência, com algum destaque para a benzilpenicilina. Neste estudo 5 (15,2%) propriedades apresentaram cepas distintas de MRSA, mas sensíveis fenotipicamente à meticilina, demonstrando que o bovino pode albergar no leite patógenos potencialmente multi-resistentes e participar na disseminação para o homem. Agradecimentos: À FAPESP pelo suporte financeiro fornecido por meio de Auxílio à Pesquisa Processo n°2011/09106-0 e de bolsa de Pós-Doc Processo n° 2010/17222-8.


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, MRSA, mastite, leite, SCCmec