XXI ALAM
Resumo:1592-1


Poster (Painel)
1592-1Biodegradação do pesticida organofosforado metil paration por fungos de origem marinha
Autores:Gisele Nunes Rodrigues (UFSCAR - UNiversidade Federal de São Carlos) ; Bruna Vacondio (UFSCAR - UNiversidade Federal de São Carlos) ; Darci da Consolação Diniz Javaroti (UFSCAR - UNiversidade Federal de São Carlos) ; André Luiz Meleiro Porto (USP - Universidade de São Paulo) ; Mirna Helena Regali Seleghim (UFSCAR - UNiversidade Federal de São Carlos)

Resumo

Os pesticidas, composto tóxicos aos seres vivos, são hoje indispensáveis na remoção de pragas na agricultura mundial. O resultado do uso excessivo desses pesticidas é a inevitável contaminação dos ecossistemas aquáticos e terrestres. Um método bastante promissor para a remoção de pesticidas do meio ambiente é a utilização de microrganismos que tem a capacidade de degradar esses poluentes. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é investigar a biodegradação do pesticida metil-paration, um organofosforado, utilizando-se de fungos marinhos, que têm demonstrado serem fontes interessantes de novas enzimas, bem como grandes produtores de metabólitos bioativos. Os fungos marinhos utilizados neste estudo foram isolados da ascídia Didemnum ligulum em São Sebastião-SP. São 17 linhagens intituladas: DL5A, DL6A, DL9A, DL11A, DL2B, DL4B, DL5B, DL5F, DL6G, DL2M2, DL3M2, DL1M3, DL4M3, DL6M3, DL7M3, DL8M3 E DL9M3. Para o estudo da degradação, foram feitos meios de cultura enriquecidos (meios com malte 3%) e meios de cultura mínimos (meios contendo apenas os sais da água do mar artificial), aos quais foram acrescentados os pesticidas diluídos em acetato de etila nos seguintes volumes (em µL de pesticida/µL de solução): 5µL/100µL, 10µL/200µL e 15µL/300L. Todo o experimento foi conduzido em triplicata. O inóculo dos fungos foi feito através de uma picada no centro da placa com o auxílio de uma agulha de platina. O desenvolvimento do microrganismo foi observado medindo-se o halo de crescimento na superfície das placas de 3 em 3 dias durante 15 dias. Das linhagens testadas, 8 cresceram bem em meio de malte 3% com pesticida: DL2M2, DL6A, DL5A, DL5B, DL4B, DL6G, DL11A e DL4M3, sendo que apenas as duas últimas apresentaram crescimento também nas placas de meio mínimo com pesticida. Desse modo, DL11A e DL4M3 foram consideradas como as linhagens mais promissoras na degradação do metil paration, uma vez que conseguiram se desenvolver, ainda que precariamente, em um meio de cultura contendo apenas os sais da água do mar e tendo que utilizar o carbono e nitrogênio do pesticida para seu crescimento, mostrando, portanto, a degradação desse composto tóxico. O trabalho seguirá com o crescimento dessas linhagens em meio líquido para quantificar a biodegradação dos pesticidas através de cromatografia gasosa (GC-MS) e, se possível, identificar os produtos de degradação.


Palavras-chave:  Didemnum ligulum, microrganismos marinhos, metil paration