XXI ALAM
Resumo:1552-1


Poster (Painel)
1552-1Potencial antimicrobiano do mel produzido por abelhas sem ferrão nativas do Brasil contra alguns micro-organismos patogênicos
Autores:Matheus de Oliveira Bazoni (FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP) ; Roseli Aquino-ferreira (FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP) ; Fabio Campioni (FCFRP-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP) ; Juliana Pfrimer Falcão (FCFRP-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP) ; Nilce Maria Martinez Rossi (FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP) ; David de Jong (FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP)

Resumo

O mel se apresenta, em condições normais, como uma solução líquida com baixo teor de água e alta concentração de matéria seca, sendo elaborado pelas abelhas sociais, tem sido reconhecido, desde os primórdios da civilização, pelas suas propriedades medicinais e terapêuticas e, mais recentemente, pelas suas atividades antimicrobiana, anti-inflamatória, antisséptica, cicatrizante e desodorizante, além de sua capacidade de estimulação para cura de feridas. Estudos têm sido direcionados para identificar os constituintes presentes no mel responsáveis por essas propriedades. A atividade antimicrobiana do mel foi originalmente observada devido aos fatores físicos, como a acidez (pH 3,5) e alta osmolaridade. A presença de peróxido de hidrogênio gerado pela ação da enzima glicose-oxidase no mel pode ser responsável pelas atividades descritas. Outros fatores como néctar, própolis, pólen e substâncias voláteis, como os flavonóides e ácidos fenólicos também podem refletir a atividade antibacteriana “não-peróxido” de alguns meis. A proposta deste estudo foi avaliar a presença e a variação da atividade antimicrobiana do mel de 12 espécies de abelhas nativas sem ferrão (Meliponíneos) comumente encontradas no Brasil, comparando-as com mel terapêutico de Manuka (Leptospermum scoparium) UMF 18+. Os patógenos estudados exibiram diferentes sensibilidades frente às amostras de mel. Os resultados mostram que a maioria das amostras (78,6%) inibiu as cinco bactérias testadas (Gram negativas Escherichia coli ATCC 25922, Klebsiella pneumoniae ATCC 10031, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, e Gram positivas Staphyococcus aureus MRSA ATCC 25923, Staphyococcus aureus coagulase negativo ATCC 43300) e 64,2% inibiram o fungo filamentoso Trichophyton rubrum. Somente Candida albicans apresentou resistência a todas as amostras de mel. Os meis de Nannotrigona testaceicornis, Tetragona clavipes e Scaptotrigona depilis tiveram maior efeito inibitório, apresentando uma diferença significativa quando comparado com o mel de Manuka (P<0,05), também sugerindo serem mais efetivos contra E. coli, K. pneumoniae e T. rubrum e, ainda podendo ser utilizados em ensaios in vivo. Apoio: FAPESP, CNPq, Capes.


Palavras-chave:  Atividade antimicrobiana, Mel, Abelhas sem ferrão