Resumo

Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 80% das doenças que ocorrem em países em desenvolvimento são veiculadas pela água contaminada por microrganismos patogênicos. Isto se deve ao fato de apenas 30% da população mundial ter água tratada e os outros 70% terem poços como fonte de água, facilitando assim sua contaminação. O presente trabalho objetivou investigar a ocorrência de microrganismos patogênicos e a qualidade físico-química da água da Rede de Abastecimento Público em Restaurantes da cidade de Maceió-AL, nos pontos de entrada (pré-reservatório) e pontos de saída (pós-reservatório). Os procedimentos de coleta, conservação e transporte das amostras de águas seguiram as recomendações do Standard Methods for the Examination of Water and Wasterwater. As análises das amostras foram realizadas através da Técnica do Substrato Cromogênico Definido (COLILERT®) coliformes totais e coliformes termotolerantes (Escherichia coli). Os parâmetros de qualidade físico-química da água, foram baseados na Portaria N° 2914 de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde. Foram coletadas ao total 34 amostras, correspondentes a 17 bairros da cidade de Maceió-AL, nos pontos de entrada e saída da água. Quanto aos resultados 23,5% (4/17) dos pontos de entrada apresentaram contaminação por bactérias do grupo Coliformes totais e 35,5% (6/17) no ponto de saída, sendo que 6% (1/17) destes locais apresentaram Escherichia coli tanto no ponto de entrada quanto no ponto de saída. Vinte por cento destas amostras foram analisadas com relação à presença de bactérias heterotróficas segundo exigência da Portaria 2914/2011, estando em conformidade quanto a este parâmetro. Já quanto aos parâmetros físico-químico 23,5% (4/17) apresentaram não conformidade para os pontos de entrada e 35,5% (6/17) para os pontos de saída. Verificou-se maior contaminação microbiológica e não conformidade físico-química nas amostras analisadas pós-reservatório em relação ao pré-reservatório. O consumo de águas dentro dos padrões de potabilidade adequados é uma questão relevante de saúde pública no Brasil, além de se constituir uma ação eficaz na prevenção de doenças veiculadas pela água, sendo necessário o monitoramento e fiscalização através dos órgãos de vigilância ambiental e vigilância sanitária.