XXI ALAM
Resumo:1538-1


Poster (Painel)
1538-1Hidrólise Enzimática do bagaço de cana de açúcar pré-tratado usando o preparado enzimático produzido por Myceliophthora thermophila M.7.7.
Autores:Marcia Maria de Souza Moretti (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Christiane da Costa Carreira Nunes (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Maurício Boscolo (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Roberto da Silva (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Eleni Gomes (UNESP - Universidade Estadual Paulista)

Resumo

Os materiais lignocelulósicos são considerados uma fonte renovável de biomassa para serem usados em biorefinarias e para produção de etanol a partir de seus componentes de açúcar. Em uma primeira etapa esses materiais são normalmente submetidos a pré tratamentos que removem impedimentos físicos e químicos que podem dificultar a subsequente etapa de hidrólise enzimática. O presente trabalho teve por objetivo o pré tratamento do bagaço de cana de açúcar visando melhores rendimentos na sacarificação enzimática. Uma amostra de 5g de bagaço de cana de açúcar foi submetido à ação de microondas, por 2 min em 30 mL da mistura de solução ácida (ácido sulfúrico a 0,07 M), em 70% de glicerol. Após a aplicação de microondas, 30 mL de água destilada foi adicionada ao material, a mistura foi homogeneizada e filtrada a vácuo. O filtrado foi utilizado para a determinação da quantidade de açúcares redutores e compostos fenólicos liberados. Após o pré-tratamento o bagaço foi fixado em solução de glutaraldeído a 2,5 % em tampão fosfato (0,1 M pH 7,3); pós-fixado em tetróxido de ósmio a 1%; desidratado em séries crescentes de acetona; emblocado, cortado e analisado em microscópio eletrônico de transmissão. Como controle foi utilizado o bagaço não tratado.O solvente orgânico associado a um ácido proporcionou uma liberação de açúcares redutores de 10,4 mg por 1 g de peso seco de bagaço. Essa mistura rendeu resultados ainda melhores quando analisados os compostos fenólicos liberados (19,0 mg por 1 g de peso seco de bagaço). Quando do uso de ácido sulfúrico sobre as fibras do bagaço, observou-se um afrouxamento da parede celular secundária, neste caso, o ácido agiu sobre a hemicelulose presente nesta região fazendo com que a mesma torne-se mais frágil e sofra rupturas. Em algumas áreas houve o rompimento da membrana de pontoação e em outras áreas observou-se uma liquefação da parede celular percebida pela elétron-densidade. Diferentemente do bagaço tratado, na amostra controle foi possível observar uma nítida preservação das ultra-estruturas. Para os ensaios de sacarificação enzimática foi usado 60 U/mL de endoglucanase (por 1g de peso seco de bagaço) produzida pelo fungo Myceliophthora thermophila M.7.7. Após os bagaços tratados e não tratados serem incubados sob a ação das enzimas a 55 ºC, por 24 h, ambas as amostras liberaram de 12 mg de açúcar redutor por 1 g de bagaço hidrolisado.


Palavras-chave:  bagaço de cana de açúcar, fungo termofílico, hidrólise enzimática, Myceliophthora thermophila, pré tratamento