Resumo

Apesar da variedade de antibióticos produzidos pelas indústrias farmacêuticas nos últimos anos, tem-se observado o aumento na resistência das bactérias aos mesmos. As plantas são importantes fontes de substâncias biologicamente ativas, servindo para o desenvolvimento e a síntese de um grande número de fármacos. Foi avaliada a atividade antimicrobiana, de 37 extratos (28 metanólicos e 9 Hexânicos) de plantas aromáticas que ocorrem no nordeste paraense, através do teste de difusão em poço, 29 extratos, e da Concentração Inibitória Mínima (CIM),de 36 extratos, frente a 10 micro-organismos sendo 4 bactérias Gram-positivas, 3 bactérias Gram-negativas e 3 leveduras. Os micro-organismos mais sensíveis pelo teste de difusão em poço e pela CIM foram as bactérias Gram-positivas, a maior sensibilidade das bactérias Gram-positivas em relação as Gram-negativas pode estar relacionada à diferença na constituição morfológica destes micro-organismos. O método da CIM mostrou-se mais sensível para a determinação da presença de atividade antimicrobiana para os extratos testados. Dos 29 extratos brutos analisados pelo método de difusão em poço, 21 extratos apresentaram atividade contra pelo menos um micro-organismo, com variação entre parte da planta, tipo de micro-organismos inibidos e solvente utilizado na maceração do extrato. As amostras dos extratos também exibiram atividade antimicrobiana na determinação da CIM, entretanto, em diferentes intensidades, dependendo do micro-organismo e do extrato estudado. Os extratos de Miconia minutiflora, Eugenia patrisii, E. biflora, E. punicifolia e E. protenta, apresentaram potente atividade antimicrobiana frente a todos os microrganismos testados e em CIM muito baixas e, por isso, outros estudos da constituição química e atividades biológicas devem ser realizados. A detecção de classes de metabólitos secundários foi realizada por cromatografia em camada delgada; a presença de terpenos, triterpenos, esteroides, flavonoides e alcalóides ocorreu nas 5 espécies vegetais estudadas. Os resultados in vitro obtidos neste trabalho indicam que estas espécies podem atuar como agentes antimicrobianos contra infecções bacterianas e por leveduras.