XXI ALAM
Resumo:1484-1


Poster (Painel)
1484-1ATIVIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO DE MILTEFOSINA FRENTE A FUNGOS DE MICOSES PROFUNDAS
Autores:Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante (UFC - Universidade Federal do Ceará / CEMM - Centro Especializado em Micologia Médica) ; Erica Pacheco Caetano (UFC - Universidade Federal do Ceará / CEMM - Centro Especializado em Micologia Médica) ; Ângela Donato Malaquias Maia (UFC - Universidade Federal do Ceará / CEMM - Centro Especializado em Micologia Médica) ; Debora Castelo Branco de Souza Collares Maia (UFC - Universidade Federal do Ceará / CEMM - Centro Especializado em Micologia Médica) ; Rossana de Aguiar Cordeiro (UFC - Universidade Federal do Ceará / CEMM - Centro Especializado em Micologia Médica) ; José Júlio Costa Sidrim (UFC - Universidade Federal do Ceará / CEMM - Centro Especializado em Micologia Médica) ; Marcos Fábio Gadelha Rocha (UFC - Universidade Federal do Ceará / CEMM - Centro Especializado em Micologia Médica)

Resumo

Coccidioides posadasii e Histoplasma capsulatum var. capsulatum são fungos dimórficos, patogênicos, causadores da coccidioidomicose e histoplasmose clássica, respectivamente, sendo capazes de acometer o homem e outros animais. Apesar da existência de terapias antifúngicas eficazes contra estas doenças, casos de refratariedade ao tratamento e recaídas em pacientes com doença disseminada têm sido descritos. Este cenário tem incentivado a busca de novas estratégias terapêuticas frente a esses patógenos. A miltefosina é um análogo do fosfolipídio da membrana plasmática celular que apresenta efeitos citostáticos. Essa droga também apresenta boa atividade leishmanicida, sendo este seu principal uso clínico. Ademais, tem sido relatada sua atividade antifúngica frente à Candida spp., Cryptococcus spp., Aspergillus spp., Rhizopus spp. e dermatófitos, não havendo relatos frente a fungos dimórficos. Face ao exposto, o presente estudo objetivou avaliar a atividade inibitória in vitro de miltefosina ante a cepas de fungos dimórficos causadores de micose profunda. Foram utilizadas 21 cepas de C. posadasii e 48 cepas de H. capsulatum, ambos na fase filamentosa, e 9 cepas de H. capsulatum na fase leveduriforme. O estudo foi conduzido em ensaio de micro e macrodiluição, de acordo com os protocolos descritos pelo Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI) nos documentos M-27A e M-38A, respectivamente. Anfotericina B foi incluída no teste como droga-controle. Para o controle de qualidade das drogas, as cepas Candida parapsilosis ATCC 22019 e Candida krusei ATCC 6258 foram utilizadas. Nos resultados, foi possível determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e concentração fungicida mínima (CFM) para todas as cepas. Para C. posadasii, foram obtidos valores de CIM de 1 a 4 µg mL-1 e valores de CFM de 2 a 8 µg mL-1. Para H. capsulatum na fase filamentosa, os valores de CIM e CFM variaram de 0,125 a 2 µg mL-1 e de 0,5 a 4 µg mL-1, respectivamente. Para H. capsulatum na fase leveduriforme, os valores de CIM e CFM variaram de 0,125 a 1 µg mL-1 e de 0,25 a 4 µg mL-1, respectivamente. Os dados obtidos apontam a miltefosina como droga com atividade antifúngica frente a C. posadasii e H. capsulatum abrindo perspectivas para o delineamento de experimentos in vivo, bem como estudos da farmacodinâmica desta droga frente a estes fungos.


Palavras-chave:  Atividade Inibitória, Fungos dimórficos, Miltefosina