XXI ALAM
Resumo:1438-2


Poster (Painel)
1438-2Investigação dos determinantes genéticos de resistência a macrolídeos e de virulência e avaliação da diversidade genética entre cepas de Streptococcus agalactiae isoladas de gestantes e recém-natos
Autores:Viviane Carvalho Souza (GRUPO FLEURY - Grupo Fleury) ; Fabíola C. O. Kegele (IFF - Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz) ; Geraldo R. de Paula (UFF - Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense) ; Erica Aparecida dos Santos (GRUPO FLEURY - Grupo Fleury) ; Felipe P. G. Neves (UFF - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense) ; Rosana Rocha Barros (UFF - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense)

Resumo

INTRODUÇÃO: Streptococcus agalactiae (EGB) é um importante agente de infecção em recém-natos (RN), manifestando-se principalmente sob as formas de pneumonia, sepse e meningite. O principal fator de risco é a colonização materna. A administração de penicilina intraparto é eficaz na prevenção da infecção neonatal. Como alternativas, são usadas eritromicina, clindamicina ou vancomicina. A resistência de EGB à penicilina ainda é um evento raro, porém, tem sido relatada a resistência à eritromicina, devido à expressão de bombas de efluxo ou metilases, codificadas pelos genes mef e erm. Outros pontos de interesse são as investigações sobre as moléculas que atuam como fatores de virulência de EGB, como a proteína C, e a relação genética entre cepas envolvidas em infecções ou colonização. MATERIAIS E MÉTODOS: Esse estudo investigou em 106 cepas de EGB, isoladas de RN (18) e gestantes (88), que foram previamente submetidas aos testes de susceptibilidade a antimicrobianos, os genes bca e bac, que codificam os epítopos alfa e beta da proteína C. Os determinantes genéticos de resistência a macrolídeos também foram investigados, assim como a relação genética de 35 cepas pela análise do polimorfismo do DNA após tratamento com enzima de restrição e eletroforese em gel em campo pulsado (PFGE). RESULTADOS: As cepas resistentes à eritromicina (5) expressaram o fenótipo MLSB indutivo e albergaram o gene ermA. A detecção dos genes bac e bca ocorreu em 6,6% e 13,2% respectivamente. O gene bca foi significativamente associado à colonização. A análise por PFGE gerou 11 perfis de fragmentação do DNA. O grupo clonal A englobou 60% das cepas e foi significativamente associado à infecção. Todas as cepas resistentes à eritromicina pertenceram ao grupo clonal B, mas este também englobou cepas sensíveis ao antibiótico. Duas cepas, isoladas da urina de uma gestante e do sangue de seu RN apresentaram o mesmo perfil de PFGE, sugerindo transmissão vertical. CONCLUSÃO: A resistência à eritromicina, mediada pelo gene erm, é um fato preocupante uma vez que inviabiliza o uso de macrolídeos e lincosamídeos na terapia. A colonização por cepas que expressam bca representa um potencial risco, pelo envolvimento deste no processo de invasão. A detecção de um caso de transmissão vertical chama a atenção para a necessidade da implantação das medidas profiláticas de infecção neonatal em nosso meio.


Palavras-chave:  diversidade genética, infecção neonatal, resistência a antimicrobianos, Streptococcus agalactiae