Resumo

Introdução: Infecções hospitalares fúngicas estão associadas a altos índices de morbidade e mortalidade. São causadas principalmente por leveduras do gênero Candida, e as espécies não-albicans têm se tornado cada vez mais importantes clinicamente. A formação de biofilmes tem sido considerada um dos principais fatores associados à virulência destas leveduras, devido, principalmente, à maior resistência às terapias antimicrobianas apresentada pelas células sésseis. O presente trabalho tem como objetivo isolar e identificar amostras de Candida spp. de ambiente hospitalar e avaliar a produção de biofilmes desses isolados. Materiais e Métodos: Amostras de ambiente hospitalar foram coletadas e posteriormente identificadas através de meio cromogênico, auxanograma e zimograma. A capacidade de formação de biofilmes foi avaliada em microplacas de poliestireno de 96 poços e a atividade metabólica dos biofilmes determinada através de ensaios de redução de XTT. Resultados e Discussão: Foram coletadas 180 amostras, havendo uma prevalência de 17,8% de isolados de Candida spp. provenientes principalmente das mãos de profissionais (28% das amostras), locais de preparo e armazenamento de medicamentos (16%) e leitos de pacientes (16%). As espécies mais isoladas foram C. parapsilosis (59%) e C. tropicalis (19%), que são as predominantes em casos de candidemia na América Latina. Não foram isoladas amostras de C. albicans. Todas as amostras isoladas foram capazes de produzir biofilme (densidade óptica média de 0,337 &#+177 0,117), com biofilmes metabolicamente ativos (0,095 &#+177 0,016). Não houve diferença na produção de biofilme entre as espécies analisadas, mas biofilmes de C. parapsilosis e C. tropicalis apresentaram menor atividade metabólica em relação aos isolados C. famata, C. glabrata e C. guilliermondii (p<0,05). Conclusão: A alta prevalência de leveduras do gênero Candida spp. em amostras coletadas em ambiente hospitalar é um motivo de preocupação, uma vez que podem servir como uma fonte de colonização e transmissão de infecções ao paciente hospitalizado. Estes dados podem fornecer subsídios para correlacionar as fontes exógenas de contaminação por espécies de Candida spp. com o aumento da infecção fúngica, auxiliando no estabelecimento da cadeia epidemiológica de infecções em ambientes hospitalares. Agradecimentos: FAPEMIG (APQ-02782-10), PET (Sesu/MEC), UNIFAL-MG.