Resumo

Introdução: O cultivo de peixes de água doce tem sido nos últimos anos o setor da aquicultura mundial com maior produção. No Brasil, as espécies Pseudoplatystoma reticulatum (cachara) e Pseudoplatystoma corruscans (pintado) são apresentadas como as melhores alternativas para os piscicultores de sistemas intensivos, devido, principalmente, a excelente taxa de crescimento. A partir do cruzamento dessas espécies obtêm-se o surubim híbrido, um dos principais peixes de maior valor econômico produzido no Mato Grosso do Sul. Porém, a ocorrência de agentes bacterianos em peixes, tem sido relatada desde o final do século passado, especialmente, na fase inicial de criação. Estudos realizados apresentam as espécies de Pseudomonas sp. como uma das responsáveis por doenças infecciosas em peixes. Algumas espécies de Pseudomonas sp. têm sido associadas a doenças patogênicas em tainhas (Mugil platanus) e jundiás (Rhamdia quelen). Desta forma, é fundamental o conhecimento das doenças infecciosas que acometem os peixes cultivados em sistema super-intensivo e em fase inicial de criação. Métodos: Foram coletadas 12 amostras de alevinos de surubim híbrido em piscicultura, localizada na cidade de Bandeirantes, estado do Mato Grosso do Sul, transportadas até o laboratório e armazenadas sob refrigeração. As amostras foram cortadas em três partes e as análises foram realizadas de acordo com o protocolo APHA, sendo utilizado como meios de cultura o Ágar MacConkey (HIMEDIA) e Ágar Cetrimide (ACUMEDIA). Colônias características foram selecionadas para a realização de testes bioquímicos. Resultados: Dos peixes analisados 16,7% apresentaram isolados característicos para Pseudomonas sp., descrita como patogênica para seres humanos. Os isolados foram armazenados para posterior análise e identificação molecular. Conclusão: A presença de enfermidade bacteriana do gênero Pseudomonas sp. alerta para um manejo sanitário inadequado. Assim, é importante o diagnóstico na fase inicial de criação para evitar enfermidades nas etapas subsequentes.