XXI ALAM
Resumo:1422-1


Prêmio
1422-1Adequação de modelo experimental para o estudo in vivo da interação entre Bacteroides fragilis, antimicrobianos e hospedeiros.
Autores:Michele Cristine Ribeiro de Freitas (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Alessandra Barbosa Ferreira-machado (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Juliana Melo (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Alice Belleigoli Rezende (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Pedro Pôssa de Castro (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Thiago César Nascimento (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Vânia Lúcia da Silva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Cláudio Galuppo Diniz (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo

Bastonetes Gram negativos (BGN) da espécie Bacteroides fragilis destacam-se entre os anaeróbios por frequente envolvimento em infecções endógenas. Eles exibem notável resistência aos antimicrobianos, decorrente da sua exposição a variadas concentrações de drogas utilizadas no tratamento de infecções no hospedeiro. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma rotina metodológica para estudo da relação bactéria-droga-hospedeiro por infecção intra-abdominal circunscrita com B. fragilis. Foram utilizados 36 ratos Wistar convencionais, de 56 dias e peso aproximado de 250g. Por laparotomia, foi implantado um corpo de prova (bolas de ping-pong, 40mm de diâmetro, com 250-300 orifícios de 1mm) por animal, na cavidade intra-abdominal. Seguido à recuperação dos animais com vascularização e exsudação dos corpos de prova (21 dias), B. fragilis ATCC 43859 foi inoculado por via percutânea (105 UFC). A evolução da infecção experimental foi avaliada por 18 dias, em intervalos de 48hs. Nestes intervalos foram coletados sangue periférico para hemograma e exsudato dos corpos de prova. A infecção foi avaliada por cultura quantitativa do exsudato, coloração de Gram e PCR específico para B. fragilis. O protocolo foi aprovado pela Comissão de Ética na Experimentação Animal/UFJF. Os esfregaços corados pelo método de Gram e a cultura seletiva mostraram população microbiana homogenea composta por BGN pleomórficos anaeróbios obrigatórios, em todos os momentos, durante a infecção experimental, com níveis populacionais máximos de 3,5 x 109 UFC/mL. A identidade dos microrganismos foi avaliada por PCR, confirmando a persistência dos B. fragilis durante a infecção experimental. No hemograma, os animais apresentaram valores aumentados no número de leucócitos, principalmente neutrófilos, comparando-se com o grupo controle sem inóculo bacteriano. Embora seja aceito que os antimicrobianos interfiram na relação bactéria-hospedeiro, existe uma carência de dados na literatura sobre o real valor dos achados in vitro, considerando-se uma situação real de infecção. O modelo proposto é uma modificação do protocolo de estudo de acúmulo e estabilidade de antimicrobiano no soro de animais e tem se mostrado adequado para o cultivo de bactérias de interesse clínico para avaliação in vivo de aspectos da relação bactéria-hospedeiro, sob condições experimentais controladas. Apoio FAPEMIG, CNPq, PgCBio/UFJF.


Palavras-chave:  Bacteroides fragilis, antimicrobiano, relação bactéria-hospedeiro, infecção circunscrita